Autor

Daniel Falcão

 

Data

13 de Novembro de 2006

 

Competição

Torneio “Clube de Detectives

Episódio nº 5

 

Publicação

Blogue Clube de Detectives

 

 

O ENIGMA DO ÚLTIMO PAPA

Daniel Falcão

 

Quatro meses! Quatro meses se passaram, desde aquela tarde de sábado em que muita coisa mudou na vida de dois jovens: Hugo e Bruna, são os seus nomes. Aquilo que poderia ter sido, simplesmente, uma tarde passada com os amigos e as amigas, respectivamente, assistindo a uma interessante palestra na Quinta da Caverneira: “O detective que há em cada um de nós”, era o seu tema; transformou-se numa relação muito especial e, quem sabe, talvez duradoura.

A expressão “amor à primeira vista”, é uma expressão bem conhecida e muitas vezes utilizada para referir o início, relampejante, de uma nova relação amorosa. Mas, desta vez, não foi isso que aconteceu. Foi algo também muito diferente e que ousamos identificar como “amizade à primeira vista”.

Pois foi! Aquela tarde proporcionou aos dois jovens o ponto de partida para uma amizade especial.

Mas não só! Foi também a possibilidade de ambos, em conjunto, exporem aos amigos e conhecidos, dotes que ninguém sabia existirem. Possivelmente, nem eles próprios.

Depois daquele tarde, os enigmas por eles decifrados sucederam-se de uma forma alucinante. Alguns deles inventados pelos amigos, com o intuito de porem à prova as capacidades detectivescas do par. Outros, originados por situações reais. Em todos eles, com maior ou menor dificuldade, lá se foram desenvencilhando e esclarecendo os intervenientes.

“A dupla de jovens detectives” – era desta forma, carinhosa, que o par passou a ser designado pelos mais próximos.

Passaram os meses de Verão, entramos no Outono!

Encontramos o Hugo e a Bruna, tal como aconteceu em muitas outras ocasiões, sentados a uma das mesas do bar da Quinta da Caverneira. Ponto de encontro habitual. Ponto de partida para a apresentação e resolução de muitos enigmas. Conversam, enquanto lá fora a chuva cai copiosamente. Estes dias de Outubro têm sido excessivamente chuvosos. Demasiadas inundações têm afectado demasiadas pessoas por esse Portugal fora. O Inverno parece ter chegado cedo!

A porta do bar abre-se e os dois amigos observam a entrada de Juliana. Embora ela esteja de costas, procurando fechar o guarda-chuva, tarefa que o vento que se faz sentir vai dificultando, eles reconhecem-na facilmente. Já depois de ter pousado o guarda-chuva, Hugo e Bruna respondem ao “Olá!” da amiga precisamente com a mesma expressão, enquanto ela se aproxima deles e, por fim, se senta à mesma mesa, numa das cadeiras disponíveis.

“Que dia!” – começa ela por dizer. “Não me apetecia mesmo nada sair hoje de casa! Teria sido essa a minha opção, não fosse o enigma que trago, para mais uma vez vos pôr à prova” – concluiu.

Hugo e Bruno entreolharam-se e, sorrindo, exclamaram ao mesmo tempo: “Conta lá!”

“Bem, aqui vai! No entanto, devo chamar-vos a atenção para o facto deste enigma ser um tanto ou quanto estranho. Ainda assim, quero ver do que é que vocês são capazes”, calou-se, durante alguns segundos, e como Hugo e Bruna nada disseram, continuou: “Tenho a certeza que já ouviram falar do romance ‘O Último Papa’, escrito por Luís Miguel Rocha, o ‘Dan Brown’ português, como alguns o apelidaram. Se bem que, para mim, esta designação me pareça absolutamente desajustada. Mas, eles lá sabem!…”

Como Hugo e Bruno nada acrescentaram, apenas anuíram com a cabeça, ela continuou: “Esta manhã concluí a minha leitura e fiquei sem perceber como é que eles conseguiram decifrar a mensagem que lá aparece, para que os bons pudessem, como sempre, vencer os maus. A única pista que possuo é uma afirmação de uma personagem que, pelo que tudo indica, deve ter decifrado a mensagem. Essa personagem disse o seguinte: ‘Conta as letras’. Será que me conseguem explicar como é que a mensagem foi decifrada?”

Concluída a pergunta estendeu-lhes uma folha contendo o seguinte:

 

18, 15 – 34, H, 2, 23, V, 11

Dio bisogno e IO fare lo. Suo augurio ÿ mio comando

GCT (15) – 9, 30 – 31, 15, 16, 2, 21, 6 – 14, 11, 16, 16, 2, 20

 

Foi a Bruna que, estendendo o braço, pegou na folha. Todavia, foi o Hugo que tomou a palavra: “Curioso! Era precisamente sobre esse assunto que estávamos a conversar quando vieste ter connosco.”

 

DESAFIO AO LEITOR:

Será que o leitor está em condições de nos dizer a que conclusões teriam chegado o Hugo e a Bruna sobre a decifração da mensagem?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO