Autor Data 1 de Outubro de 2024 Secção Competição Torneio
Cultores do Policiário Problema Policiário nº 10 Publicação Blogue Repórter de Ocasião |
UM, DOIS, TRÊS… ENIGMAS! Daniel Falcão O
dia acordara fresco e eu preparava-me para mais uma aventura na companhia de
um grupo de amigos. Ser-me-ia
proporcionado mais um desafio para pôr à prova os meus dotes detectivescos.
Anualmente, naquele que era, sem qualquer dúvida, o maior dia do ano, a
dúvida que persistia na minha mente era não conseguir antecipar o que me
esperava. Enquanto
me dirigia para o local para onde previamente fora convocado, ia desfrutando
do colorido das árvores que me rodeavam. Parando, aqui e acolá, aproveitava
para fotografar uma e outra beleza natural. Um
passo a seguir a outro, lá me fui aproximando do meu destino. Confirmei que
estava na morada certa, embora estranhando a placa que estava pendurada por
cima da porta, na qual pude ler: “Mansão dos Irmãos Oliveira Sampaio”. Gostei
bastante da moldura que rodeava a placa. Imediatamente toquei à campainha e,
volvidos poucos segundos, a porta foi aberta por um dos meus amigos que
imediatamente me disse: “Senhor inspetor, ainda bem que chegou. Um dos meus
irmãos foi brutalmente assassinado. Só o senhor é capaz de descobrir o
assassino.” “Inspector, eu?” – disse para os
meus botões. Entrei na brincadeira e penetrei no interior da habitação,
conduzido pelo amigo que me fora receber, até chegar à sala principal onde se
encontravam outros três amigos, dois sentados no sofá e um outro encostado ao
parapeito de uma janela. Registei
os comportamento daquelas quatro personagens, mas ainda sem antecipar o que
me esperava. Os dois que estavam sentados no sofá, com a minha entrada,
imediatamente interromperam a conversa. Quando me apercebi, tinha três pares
de olhos direcionados para mim. De
imediato concluí que, muito possivelmente, um quarto par de olhos também me
estaria a mirar por trás. Olhei
para trás e ouvi o Luís dizer: “Se fizer o favor de me acompanhar, irei
conduzi-lo ao local do crime”; ao mesmo tempo que me apontava a porta de uma
divisão que se encontrava entreaberta. Recordando
o propósito daquela reunião, decidi assumir o meu papel: estava ali para
desvendar um crime. O
local para onde fui conduzido era uma biblioteca, no centro da qual estava um
corpo deitado de costas, com uma ferida no pescoço a qual parecia ter
sangrado profusamente. Apercebi-me da existência de uma faca estilete,
próxima do corpo, ensanguentada. Muito provavelmente, a arma do crime. Chegando
mais próximo do corpo, todo aquele cenário dava a entender que a vítima, ao
mesmo tempo que tentara estancar a hemorragia com uma mão, bastante
ensanguentada, com a outra mão esforçara-se por escrever uma mensagem com o
seu próprio sangue. Impressionante,
assim se poderia classificar o esforço da vítima, para redigir aquela longa
mensagem: “Salvem as nossas almas”. Interroguei-me por que razão não teria
ele escrito o nome do seu algoz, já que me parecia mais simples. Só que,
nesse caso, não haveria mistério para resolver. Fascinado
com aquela mensagem enigmática, imediatamente comecei a magicar o que estaria
na mente da vítima naquele momento de agonia. Aproveitando
aquela oportunidade, proporcionada pelos meus amigos, para me imaginar a
desvendar um crime, resolvo avançar para a fase seguinte: o interrogatório
dos suspeitos. Regressando
ao salão principal, dirigi-me aos suspeitos e solicitei que me fizessem uma
exposição do que tinha acontecido naquele final de manhã, até ao momento em
que encontraram o corpo. Grosseiramente,
o Salvador tomou a palavra e começou a dizer que não sabia o que se tinha
passado, que não tinha entrado na biblioteca e acrescentou: “Sabe que mais, sr. inspetor, ainda bem que ele
morreu, pois assim é menos um para disputar a herança.” O
Luís foi o segundo a falar. Começou por dizer que ele e o irmão tinham ido
até à biblioteca para debaterem assuntos relacionados com a herança. A
conversa correu bem e, depois de tomarem algumas decisões importantes, saiu e
foi até ao jardim. Seria
aproximadamente meio-dia quando reentrou em casa e se dirigiu para a biblioteca
porque se tinha lembrado de um aspeto relevante de que se esquecera de
tratar. Foi nessa altura que encontrou o corpo do irmão. Instado
a pronunciar-se, o João afirmou que estivera toda a manhã dentro do quarto no
andar superior e que só descera quando foi alertado pelo irmão. “Estive toda
a manhã longe da biblioteca”, concluiu. Uma
vez que apenas faltava ouvir o Manuel, o inspetor olhou na sua direção e
escutou: “Por acaso, eu estive aqui sentado no início da manhã e presenciei a
saída do Luís da biblioteca. Passariam uns quinze minutos das onze horas.
Logo a seguir fui para o meu quarto no primeiro andar, onde estive até ser
dado o alerta.” Lembrando-me,
repentinamente, de um pormenor interessante, descobri como decifrar a mensagem
encontrada no local do crime. E, assim, conhecer a identidade do criminoso. Resta
colocar aos leitores as esperadas interrogações, cujas respostas devem ser
devidamente justificadas: em primeiro lugar, qual dos quatro suspeitos é o
“assassino”; seguindo-se, como se chama a vítima; e, por fim, a quem é
dedicado este problema policiário? |
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© DANIEL FALCÃO |
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