Autor Data 7 de Abril de 1983 Secção Mistério... Policiário [395] Competição Torneio
“Dos Reis ao S. Pedro” - 83 Problema nº 7 Publicação Mundo de Aventuras [495] |
DINHEIRO EM CAIXA DE LENÇOS D. Chicote REFORMADO FOI VÍTIMA DE AMIGO DO ALHEIO ALJEZUR, 23 – O
inverno começou este ano mal para um pobre e velho agricultor deste concelho,
o senhor Zé da Nora, ontem vítima de um amigo do alheio, que lhe levou todas
as suas economias, incluindo a pensão de reforma deste mês. A vítima
apresentou hoje queixa no posto da GNR, que de
imediato tomou conta do caso, deslocando-se ao “local do crime” e detendo
vários suspeitos. O autor do furto, depois de tentar iludir as autoridades
com um depoimento pouco convincente, acabou por confessar e devolver o
dinheiro, ficando no entanto, detido, até julgamento. Zé da Nora
tinha ido ontem à vila levantar a pensão e esteve em casa de uma filha, de
onde trouxe uma caixa com filhós. Passou, no regresso, pela porta dos
vizinhos Anastácio, Pancrácio e Bonifácio que, por coincidência, à tarde
foram visitá-lo, com intervalos de uma hora e pela ordem indicada. Embora
estivesse “um dia de verão”, a todos convidou para entrar e, antes de os
deixar abalar, ofereceu -lhe uma filhó e um copito de medronho que, para cada
um, foi buscar à cozinha. Das 3 vezes, ao voltar à casa de fora, onde os
recebeu, encontrou-os de pé, mas não desconfiou de nada. Em cima do
armário e por detrás do relógio de pêndulo, tinha uma caixa de lenços onde,
ao regressar da vila havia guardado o dinheiro da pensão… – À noite –
disse-nos o Sr. Zé – quando antes de ir para a cama fui à casa de fora
remirar o dinheiro, fiquei para não ter vida: tinham desaparecido as notas, a
caixa e tudo. Não dormi toda a noite e hoje, logo de manhãzinha, fui ao posto
apresentar queixa. ANASTÁCIO, PANCRÁCIO E BONIFÁCIO – os três
suspeitos Quando a
notícia do furto caiu no telex da nossa redação, logo fizemos deslocar um
repórter, que, embora não tenha sido autorizado a falar com os suspeitos, na
altura detidos, conseguiu, obter um resumo das declarações por eles
prestadas. A GNR tinha-os ouvido em separado e a todos perguntou,
porque haviam ido a casa do vizinho, porque não estiveram sentados na
ausência do Sr. Zé e o que tinham visto por detrás do relógio. EIS O RESUMO
DOS DEPOIMENTOS: PANCRÁCIO –
Foi perguntar se sabia se as batatas de semente já haviam chegado, à
cooperativa. Quando ficou só bateram as 5 horas no relógio de pêndulo, por
sinal 5 minutos adiantado. Levantou-se nem sabe porquê e não reparou em nada
por detrás do relógio. BONIFÁCIO –
Também lá foi por causa das batatas de semente. Quando o dono da casa foi a
cozinha, notou pela janela, um vulto a uns cem metros, carregando às costas,
uma canastra com folhas de figueira e levantou-se para tentar ver quem era. Antes de sair
viu a caixa dos lenços atrás do relógio, mas nem lá perto foi. ANASTÁCIO –
Como o tempo não estava a seu gosto para a faina do campo, resolveu ir
visitar o vizinho. Nos minutos em
que esteve só, foi até junto do relógio e viu a caixa de cartão, também disse
que não lhe tocou. Agora, o
leitor tem todos os elementos para descobrir qual dos suspeitos foi o autor
do furto. Escreva dizendo porquê esse e porque não os outros. |
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© DANIEL FALCÃO |
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