Autor Data 24 de Junho de 1976 Secção Publicação Mundo de Aventuras [143] |
VAMOS LÁ «CAÇAR» O FULANO… Hal Foster Eram
14 horas quando se ouviu um carro na rua. O inspector
Rosa entra, deita um olhar rápido aos assistentes e dirige-se para um sujeito
de barbas. –
Cá estou, amigo Oliveira! Ora conte-me pormenorizadamente como as coisas
aconteceram!... –
Obrigado por ter vindo, Inspector. Foi o seguinte:
quando cheguei, exactamente às 13.30 horas,
encontrei o meu tio Freitas sentado na cadeira do escritório, que está
situada junto da janela e de frente para a porta, com uma faca na garganta.
Estarrecido, chamei pelos criados Abel e Cristina e pelo meu irmão Manuel.
Depois, rapidamente, telefonei para si, Inspector… Roubaram
as jóias e um maço de notas no valor de 120 contos,
que meu tio costumava guardar na gaveta da mesa… O
lar dos nossos amigos situa-se num 1.o andar que dista do chão 3
metros. O inspector Rosa chega-se à janela e nota
que esta está apenas encostada… Os
interrogatórios: CRISTINA
(19 anos): Não ouvi nada porque estava na cozinha a lavar a louça. Mas, pareceu-me
que o patrão ainda estava no escritório, quando passei pelo corredor para ir
buscar os talheres sujos à sala… ABEL
(40 anos): Estava a ler um livro no parque, porque durante as horas de
trabalho o patrão não queria que lesse e eu então vou para lá, sento-me no
banco e leio. A leitura é a minha perdição. Não vi nem ouvi nada. Concentrado
na leitura nunca dou atenção a mais nada. O título da obra é «COMO UTILIZAR A
ARMA BRANCA»… MANUEL
(25 anos): Deitado em cima da cama, passava o tempo a contar as tábuas do tecto enquanto pensava que bom seria ter dinheiro
suficiente com que pusesse colocar-me no negócio de electro-domésticos…
Quando ouço a gritarem e a chamarem por mim; fiquei alarmado e corri em direcção dos gritos… Depois tomei conta da situação. Todos
lamentaram a morte do querido amigo Freitas. Não tinha inimigos. O móbil do
crime foi a «massa»… O
inspector Rosa perante os factos,
ficou indeciso e apesar de muitos indícios ia tomando notas, não disse nada.
Entretanto entra na sala uma outra personagem: O
jardineiro ANTÓNIO (45 anos): Estava a tratar do meu serviço quando ouvi
gritos e o sr. Oliveira a chamar pelo meu nome. Vim
logo que pude. Como estava a trabalhar aí em frente – aponta para além da
janela – no zimbro, demorei a chegar. Acho que deve ter acontecido algo,
tanto pelos gritos como pela gente que aqui está… Acabados
os interrogatórios, tudo apontado, tudo esquematizado, o inspector
despediu-se, dizendo que mais tarde voltaria… …Pegou
no automóvel, deu a volta ao pequeno círculo onde estava uma escada encostada
a uma bonita e densa árvore, endireitou o volante e… ala, que se faz tarde
pana acabar o almoço que ficara no meio. Dois ou três quilómetros percorridos, pára, subitamente, o automóvel… –
Mas é isso… É muito esperto o assassino mas… É pena!
Vamos lá «caçar» o fulano… 1
– Quem acha que foi o criminoso? 2
– Porquê? Exponha devidamente a sua opinião e, se possível, diga como agiu o
criminoso. |
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© DANIEL FALCÃO |
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