Autor Data 2 de Abril de 2007 Competição Prova nº 5 Publicação CLUBE DE DETECTIVES |
O INSPECTOR FIDALGO E O MORTO EM FAMÍLIA Inspector Fidalgo O Jorge esteve envolvido
numa situação estranha e complicada, naquele dia 24 de Março, precisamente
quando a Primavera já dava os primeiros passos. Tal como muita gente fazia
naquela terra, a cerca de 50 quilómetros de Espanha, Jorge partiu bem cedo,
para o “lado de lá”, onde o comércio permanecia aberto quase todo o dia, aos
domingos, aguardando os portugueses e os seus euros. Por volta das 21 horas, a
polícia foi ao seu encontro, em casa, e levou-o para a esquadra, onde veio a
encontrar o seu irmão João, para ambos serem interrogados sobre a morte do
seu próprio pai. Este fora agredido
violentamente com um bastão, na futura cozinha da casa que andava a construir
para si mesmo e que, nessa fase, pouco mais parecia que um esqueleto de casa. No compartimento, de boa
dimensão, nada mais foi encontrado para além do corpo caído e de um bastão
ensanguentado, a alguma distância do corpo. Os suspeitos, para todos,
eram óbvios: os dois filhos da vítima, tal o tipo de relações existentes
entre eles, por querelas antigas. Jorge defendeu-se: – Estive em Espanha todo o
dia, com o meu amigo Alberto e a namorada dele, a Cila. Saímos por volta das
8 horas e por lá andámos nas compras. Tenho aqui as facturas
e enchi o depósito do carro no último posto de abastecimento, antes de entrar
em Portugal porque lá é muito mais barato. Está aqui o documento, às 17h12. À
vinda para cá passámos por uma brigada de trânsito que estava a fazer controle de velocidade, mas como viemos sempre devagar,
não tivemos problema. João, o seu irmão, não
ficou atrás: – Estive quase todo o dia
com amigos e só fui ver o meu pai porque no dia 19, Dia do Pai, não pude.
Subi as escadas e ao chegar à cozinha vi o meu pai estendido no chão, com
sangue na nuca. Ao tentar levantá-lo, sujei as mãos com sangue. Estava a
segurar a cabeça do meu pai quando entraram os meus amigos. Lembro-me de ver,
ao chegar, o carro do meu irmão, a fugir daqui. Era o carro dele, quase de
certeza. O casal que viajou com o
Jorge corroborou a versão dada, o mesmo acontecendo com os amigos do João,
que afirmaram que demoraram um pouco mais a subir as escadas e chegaram à
cozinha um minuto depois do João, se tanto. Foram eles que telefonaram à
polícia e esperaram pela ambulância e pelos agentes que os revistaram e
passaram a pente fino toda a área envolvente. A chamada foi registada às
17h25. A Polícia confirmou que
nesse dia à tarde houve, não uma mas sim três brigadas de trânsito a
controlarem o excesso de velocidade e em nenhum dos postos foi detectada infracção pela
viatura de Jorge. Pelos interrogatórios
confirmou-se que nenhum dos amigos dos dois irmãos teve intervenção no crime. No bastão não havia
qualquer marca de impressões digitais ou outra, para além da existente no
local de embate no crânio da vítima onde havia sangue e cabelos dela. No local não foi encontrado
nada de significativo para o caso. Mas também não era preciso,
porque o Inspector Fidalgo já sabia quem tinha provocado
o crime… Caro detective,
agora o caso está do seu lado. Releia bem o problema, procure quem está a
meter “as mãos pelos pés”, quem não tem álibi ou quem está a mentir e mostre
ao Inspector Fidalgo que ele não fez grande avaria
quando decifrou este caso… |
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© DANIEL FALCÃO |
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