Autor

Inspector Lister

 

Data

15 de Setembro de 1949

 

Secção

Os Casos do Inspector Lister

 

Publicação

Mundo de Aventuras

 

 

"O INSPECTOR ABEIROU-SE DA JANELA..."

Inspector Lister

 

O Inspector abeirou-se da janela do aposento, situado no primeiro andar, onde o cadáver do milionário, estendido no chão, segurava, ainda, o revólver que o matara, e observou as imediações.

A trezentos metros, no limite do jardim, ornado de altos e cerrados arbustos, a linha férrea, após uma curva, estendia-se, a perder de vista.

Dirigindo-se ao sobrinho do falecido, o Inspector perguntou:

– Estava, então, no jardim, quando se deu a ocorrência?

– Sim, senhor. De súbito, ouvi uma detonação, e corri imediatamente, a indagar o que se passara. Deparou-se-me o meu pobre tio morto, tal como o senhor o encontrou!

– A janela estava aberta?

– Assim mesmo como a vê.

– E que horas seriam, pouco mais ou menos, quando soou a detonação?

Meia noite e vinte e sete, precisamente.

– Precisamente? É estranho que o seu primeiro cuidado fosse consultar o relógio… que, aliás, não lhe vejo! Ou usa relógio de bolso?

– Tenho-o, de facto, a consertar; mas posso afiançar que o suicídio se registou precisamente à hora que indiquei, porque, nesse momento, passava o expresso de Londres, que nunca traz um minuto de diferença. É já velho hábito meu, neste local, isolado e deserto, assistir todos os dias, do jardim, à passagem do expresso.

– Pois, tão cedo não, voltará a vê-lo, porque vai já na minha companhia, acusado de ter assassinado o seu tio!

 

PORQUÊ? – Pergunta o Inspector Lister aos argutos leitores do nosso semanário, na certeza de obter respostas.

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO