Autor Data 14 de Agosto de 1960 Secção Na Pista do Culpado [55] Competição Problema nº 3 Publicação Ordem Nova |
Solução de: O LABIRINTO INFERNAL Insp. Silvar Quase no início do problema
dá-se a entender a posição ou direcção da boca da
caverna, o que é importante. Se, pelas tardinhas, Sidónio se punha em cima e
a sua sombra se estendia pelo rio, é porque a abertura estava virada para
nascente, pois o sol ia no ocaso. Agora, pensando um bocado,
fácil será chegar à seguinte conclusão. Se a boca estava virada para
nascente, e perdidas as esperanças de alcançar a saída, só um fenómeno,
natural e muito simples, poderia guiar Sidónio: o sol, pouco depois de
nascer, batia em cheio na abertura da gruta, produzindo uma claridade que,
embora perdendo sucessivamente intensidade, atingiria todos os compartimentos
do labirinto. Essa transformação, por mais ligeira que fosse, reflectir-se-ia nos olhos de quem estava habituado a uma
escuridão total, e guiá-lo-ia para a saída.
Sabendo nós que o fenómeno
foi este, fácil nos é incriminar Licínio, pois ele mentiu ao dizer que vira o
corpo cair de madrugada. As suas próprias declarações têm algo de estranho,
que faz suspeitar, mas a grande mentira… está à vista. Aliás, aquela expressão
«oh! Luz Divina!... é tendenciosa, assim como outra
«o sol queimava» (indicativo seguro de que havia sol de manhã) e ainda, quase
no final, aquela «e foi ao contemplar a sua sombra por sobre as águas, como
tantas vezes fizera Sidónio…» Também a expressão «Para além deste estendia-se
uma enorme planície» nos prova que o sol não teria obstrução. |
© DANIEL FALCÃO |
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