Autor Data 29 de Agosto de 1959 Secção Gabinete do Inspector Varatojo
[59] Competição Torneio Scotland Yard 11º Problema Publicação Diário Ilustrado |
Solução de: O ROUBO DO RELÓGIO… Júlio Dinis Faria dos Santos O roubo foi praticado
no dia de S. Bruno do ano em que se realizou a Feira Internacional de
Bruxelas, isto é, em 6 de Outubro de 1958. Exactamente duas
semanas antes – a 22 de Setembro – o dr. Jorge Neves saiu do solar e o
relógio estava lá, tendo ele reparado, até, que marcava 10 horas e 45
minutos. Ninguém, na madrugada do dia 5 de Outubro – primeiro domingo deste
mês – o atrasou de uma hora, conforme é sempre determinado. Por tal motivo,
ele passou a andar adiantado de 60 minutos, em relação à hora legal. Sofia, quando
contou 12 horas, não se enganou como tinha admitido. Eram, na realidade, 11
horas, mas, como ninguém o tinha atrasado… O relógio, que
marcava 15 horas e 47 minutos quando parou, fora colocado na cave, portanto,
e em consequência de tal aditamento, às 14 horas e 47 minutos. Sòmente Bruno
estava em casa a essa hora e foi, portanto, ele o ladrão. Quando afirmou
que, às 15 horas, tinha ouvido o relógio dar as 3 badaladas, quis fazer crer
que, quando saíra, o relógio ainda estava na biblioteca. Bruno, entretanto,
mentiu porque, se a essa hora tivesse ouvido o relógio, este teria dado 4 e
não 3 badaladas. Como tinha as lentes dos óculos partidas, o facto passou-lhe
despercebido, na altura em que cometia o roubo. Não é de admitir a
hipótese de o dr. Jorge Neves ter atrasado o relógio antes de partir, porque:
1.° – Havia,
segundo as suas declarações, 2 ou 3 meses que não lhe tocava; 2.° – Quando saiu,
ele estava certo, pela hora de Verão, é claro; 3.° – Esperava
demorar-se só uma semana e, portanto, chegaria 5 ou 6 dias antes do primeiro
domingo de Outubro, a tempo, pois, de proceder ao acerto pela hora legal. |
© DANIEL FALCÃO |
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