Autor

L. C. Superstar

 

Data

23 de Novembro de 1978

 

Secção

Mistério... Policiário [193]

 

Competição

Torneio “Detective Invisível"

Problema nº 4

 

Publicação

Mundo de Aventuras [269]

 

 

O ÚLTIMO “ANTONINOS”

L. C. Superstar

 

– Tinha acabado de limpar todo o gabinete do senhor doutor, quando aquele bandido entrou e, apontando-me uma pistola, fez-me recuar até aqui e depois sentar-me nesta cadeira… Ele sentou-se naquele lado, tranquilamente, bem afastado de mim e encoberto com a porta, não deixando de me apresentar e apontar a arma… Assim que o doutor entrou, deu um pontapé na porta fechando-a com estrondo e ordenou: «Fume o seu último cigarro, doutor!». O doutor Carlos gaguejou e ele voltou: «Fume, porque vou matá-lo!...». O doutor nesta altura obedeceu e acendeu um cigarro… Deu duas fumaças e quando ia para interpelar aquele malandro, este disparou de repente… Pam! Pam!... Saltou rapidamente pela janela, largou a arma e desapareceu… Foi tudo tão rápido que eu fiquei aparvalhado. Depois debrucei-me sobre o corpo do senhor doutor e verifiquei que estava morto… Telefonei aos senhores, e é tudo! – concluiu João, o criado do doutor.

O inspector abaixou-se com cara de poucos amigos, verificou os furos visíveis na camisa do médico e o sangue que a tingira de vermelho, apanhou um cigarro meio consumido, voltou-o nos dedos polegar e indicador, olhando a marca e a ponta que parecia ter ardido há pouco tempo.

– Ninguém esteve aqui esta tarde consigo?

– Não, senhor inspector.

– Que marca fumava o doutor?

– «Antoninos», cigarros fortes e sem filtro. Era a única marca que conseguia suportar, dizia ele. Apesar do forte cheiro o tabaco, nunca fumava outra. Aliás, também não fumava muito…

– Esteve a fumar enquanto o «bandido» e «malandro» lhe apontava a arma?

– Não, senhor!

– E ele?

– Também não!

– O «bandido» usava luvas?

– Não, senhor inspector.

– Ah!... Então, considere-se detido para continuação do interrogatório e como presumível homicida…

 

Porque é que o inspector afirma que o João é o possível criminoso? Demonstre o seu raciocínio.

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO