Autor Data 6 de Novembro de 1960 Secção Na Pista do Culpado [67] Competição Problema nº 7 Publicação Ordem Nova |
Solução de: O CASO FRAGON Lília Sol O caso principia numa noite
de S. Silvestre, 31 de Dezembro, portanto. Pelos cálculos de Verlaines quanto à possibilidade de o Inspector
apreender o verdadeiro sentido do seu telefonema vemos a segunda parte do
problema ocorrer no mês de Janeiro. Ora Janeiro é, na Austrália, um dos meses
de Verão e o Verão naquele país é excessivamente quente. Como se compreende,
pois, que De Lussac tenha passado em Melburne, na
véspera da sua partida, um frio tão grande que o obrigasse a permanecer no
hotel o resto do dia? Era evidente a sua mentira.
O homem nunca estivera na Austrália. A falta de sotaque estrangeiro foi outro
dos pontos que despertou a atenção de Verlaines. Este notara que o homem
pronunciara defeituosamente os «ss» e que estava
enrouquecido pela constipação, não fazendo não fazendo qualquer alusão ao
sotaque. Todavia, por mais correcto francês que o
herdeiro falasse, acusaria, inevitavelmente, o sotaque do país onde vivera
desde criança. A falta dele constituía mais uma prova de que o homem era um
impostor. Confessaram mais tarde que,
planeado pelo mordomo, tinham pensado apoderar-se da fortuna do excêntrico Fragon. Depois de terem ido esperar o senhor De Lussac, substituíram-no durante no trajecto
para casa. Contudo, pensando em que algo podia surgir no qual ele lhes fosse
necessário, tinham resolvido não o eliminar, por enquanto, e mantinham-no
sequestrado. Logo, porem, que estivessem na posse da herança, o Sena
esconderia nas suas águas mais um drama. |
© DANIEL FALCÃO |
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