Autor

L. P.

 

Data

28 de Outubro de 1976

 

Secção

Mistério... Policiário [85]

 

Competição

Torneio "Primeiro Passo Deductivo"

Problema nº 3

 

Publicação

Mundo de Aventuras [161]

 

 

O ESTRANHO DESAPARECIMENTO DO QUADRO

L. P.

 

O inspector Fidalgo foi designado para resolver um misterioso caso, ocorrido naquela noite. De casa da sr.a D. Amélia de Meneses, desapareceu um quadro de valor incalculável. O furto aconteceu entre as 0.30 e as 0.50 horas. Como único indício, um fósforo!

Interrogados os locatários, recolheram-se os seguintes depoimentos:

Sr.a D. Amélia: – Eu estava a ler aquele livro policial – apontou para um pequeno livro sobre a mesa – quando chegou a hora de tomar um comprimido, este aqui, que o médico me receitou com a indicação de os tomar de 6 em 6 horas. Sim!, porque sou muito doente. Que triste vida a minha… Compreende que

– Sim, compreendo, mas continue a descrever os factos… – apressou-se a interromper o inspector.

– À meia-noite e meia hora subi para tomar o comprimido e voltei aqui outra vez à meia-noite e cinquenta minutos, verificando, então, que o quadro desaparecera… Felizmente, estava no seguro, senão… Como havia de ser a minha vida?!...

Mordomo Campos: – Eu estava no meu quarto. Nunca me deito antes da sr.a D. Amélia e, por isso, aguardava que ela se deitasse. Não ouvi nada. E, agora, deixe-me em paz, que preciso de descansar…

– Sim, sim – disse o inspector. – Olhe!, o sr. dá-me um cigarro, se faz o favor?

– Desculpe, mas não fumo… nunca fumei…

A um sinal combinado, Tomás, o ajudante do inspector Fidalgo, desligou a corrente eléctrica. Imediatamente o mordomo puxou de um fósforo e acendeu-o, caminhando para o contador.

O inspector reviu os dados de que dispunha:

1 – Um mordomo que não fuma, mas, tem fósforos à mão de semear.

2 – Uma senhora doente e à beira da falência, a quem roubaram, quase à sua frente, o seu mais valioso quadro.

– Desculpe – interrompeu a sr.a D. Amélia – mas tenho de ir tomar mais um comprimido. Está na hora…

– Com certeza, sr.a D. Amélia, com certeza.

O inspector releu os apontamentos…

Eram quase cinco horas da manhã e não se podia dar ao luxo de passar toda a noite em claro. Chamou ambos os suspeitos ao salão. Enquanto esperava, começou a pensar num caso estranho de que ainda não se lembrara. «Sim, é isso, agora já sei quem é o ladrão», concluiu ele.

Quando os suspeitos chegaram, disse a um deles:

– Considere-se sob prisão!

 

PERGUNTA-SE:

1 – A quem foi dada a ordem de prisão?

2 – Como chegou o inspector a essa conclusão?

3 – Qual o móbil do roubo?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO