Autor Data Março/Abril de 1949 Secção Competição Torneio Preparatório I Problema Publicação A Bomba |
UM CASO SIMPLES L. R. C. Aconteceu
em Londres, como podia ter acontecido noutra cidade qualquer… Na noite de 11
de agosto de 19…, Suzan Ionis,
até então famosa bailarina que vinha apaixonando Londres, com a graciosidade
dos seus bailados e formosura, foi encontrada morta, assassinada, com uma
punhalada no peito. Arma homicida desprovida de impressões digitais. O corpo
foi encontrado no hall da residência da bailarina,
por Ellen, a velha governanta, quando se dirigia ao jardim, para colher
alguns vasos com flores que estavam ao sol. Telefonou imediatamente. Seriam
11 horas, aproximadamente. Segundo o relatório médico, a morte teve lugar entre
as 10,50 e as 11 horas. Após aturadas diligências, a polícia logrou saber que
a jovem recebera naquela noite, a visita de dois dos seus inúmeros
admiradores: James Burke e David Nigel. Interrogado,
Burke, declarou que estivera na companhia de Suzan, desde as 10,30 às 10,45. Demorara-se pouco, pois a
jovem não consentira que ele a acompanhasse ao «club» onde actuava. Saíra furioso porque sabia previamente, que Suzan se inclinava mais, para o seu ex-amigo, Nigel. No
entanto, jurou que não a matara… a pesar de se ter
encolerizado em excesso, a ponto de lhe chamar chantagista. «Sim… Sei o que
digo… ela já me tinha extorquido algum dinheiro, servindo-se do meu amor. O
mesmo já sucedeu com outros». Juro-o! Juro por Deus! À
hora do crime, encontrava-se bebendo num «cabaret», no centro da cidade.
Impossível se tornou, conseguir testemunhas do seu alibi, pois ninguém no
«cabaret» indicado, se lembrava de o ter visto,
devido talvez à grande afluência daquela noite. Burke, tornava-se assim, suspeito… Por
sua vez, Nigel, declarou que chegara à vivenda, por volta das 10,50 horas. O
portão do jardim estava entreaberto e entrou, sem se fazer anunciar. Aliás,
já não era a primeira vez que o fazia… Atravessara
o hall, mergulhado na mais densa escuridão, e quando
se dispunha a subir ao primeiro andar, ouvira de súbito um grito dilacerante,
cortar o silêncio que imperava em redor, um silêncio intrigante… Rapidamente,
procurou na parede, o comutador da luz e quando esta jorrou abundantemente no
aposento, o que viu então, desconsertou-o por segundos, o tempo suficiente
para um homem, (Burke, reconheceu-o de costas), se
safar do hall e correr pelo jardim, ligeiro. Ainda o
perseguira através da rua deserta aquela hora, mas em vão! Burke acabara por sumir-se na escuridão da noite… Novamente
interrogado, Burke, jurou de novo estar inocente.
Nigel pretendia apenas «perdê-lo», tanto mais que devia saber da recusa de Suzan. Declarou também, a pretexto, que a jovem
especulava largamente com Nigel. Lembrava-se até de ter ouvido aquele, certa
noite, declarar que a matava sem piedade. «Suzan
era assim… capaz de fazer perder a cabeça a um santo!... Após
estas investigações a polícia confirmou as suspeitas que nerguera
contra um dos dois «apaixonados». E “X” foi acusado de ter assassinado a
jovem bailarina!... PERGUNTA-SE:
1)
Quem matou? 2)
Porque pensa assim? |
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© DANIEL FALCÃO |
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