Autor Data 22 de Junho de 1978 Secção Mistério... Policiário [171] Competição Problema nº 12 Publicação Mundo de Aventuras [247] |
TIRO NA NOITE Mabuse 26
de Janeiro de 1977. 23 horas
e 45 minutos. Chove em Lisboa. O inspector
Petronilho e o agente Mesquita Dias encontravam-se em Campo de Ourique onde
tinham ido investigar um caso de estupro. Uma chamada para o piquete
originara aquela saída para a cidade deserta. Após
as averiguações, e quando se dirigiam já para o veículo que os transportara,
estacionado na Rua Tomás da Anunciação quase à esquina com a Saraiva de
Carvalho, o som de um tiro alertou-os. Poucos segundos depois, um homem em
louca correria, vindo da Rua Saraiva de Carvalho, precipita-se nos braços dos
investigadores. Achando
a atitude do homem muito suspeita, todo molhado, e associando a corrida
desesperada ao som do tiro, que viera sem dúvida das bandas donde o homem
aparecera, o inspector Petronilho identificou-se e
mandou o homem fazer o mesmo. Este assim fez (era desempregado), e o
investigador conduziu-o para debaixo de um toldo metálico de uma loja
comercial, situado três metros atrás do local em que se encontravam, e cujas
montras iluminadas permitiam uma boa visão. Colocando
o suspeito de frente para a parede, com as mãos no ar apoiadas nesta, e com
os pés bem afastados um do outro e longe do muro, Petronilho revistou o homem
cuidadosamente, e encontrou debaixo do sovaco esquerdo uma «Parabellun» de 9 mm-m/43. O
inspector pegou na arma pela coronha, utilizando
dois dedos da mão esquerda, após o que a introduziu no indicador direito,
segurando-a pelo guarda-mato. O suspeito afirmava ter ouvido o som do tiro,
mas não fora ele que disparara, ao mesmo tempo que mostrava a sua licença de
uso e porte de arma de defesa. Empunhando
a arma com a mão direita, o inspector colocou a
patilha na posição de segurança, após o que apertou o fixador e retirou o
carregador da arma com a esquerda, verificando ter este seis cartuchos.
Seguidamente levou a patilha à posição de fogo, puxou a corrediça atrás, e
certificou-se que não havia qualquer bala na câmara. Aspirou
profundamente a alma da arma… –
Parabéns, você percebe de armas… Não disparou o tiro que eu ouvi, é certo,
mas vai ter de responder por outro delito – concluiu Petronilho. Pergunta-se:
1
– Como chegou o inspec:or Petronilho, à conclusão
que aquela arma não disparara recentemente? 2
– Explique o porquê da frase «Parabéns, você percebe de armas». 3
– Qual o «outro delito» pelo qual o suspeito teria de responder? |
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© DANIEL FALCÃO |
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