Autor Data 26 de Julho de 1959 Secção Na Pista do Culpado [12] Competição Torneio
de Homenagem ao Policiário Português Problema nº 4 Publicação Ordem Nova |
O CRIME NÃO COMPENSA Márvel Na secção policial «O CRIME
NÃO COMPENSA», inserta no “Suplemento Cultural” do jornal «O BENFICA» apenas
encontramos um defeito: sair sòmente uma vez por
mês. Só há pouco nos foi dado ler o Regulamento do Torneio em curso – aliás,
já no seu termo – acerca de cujo teor nos pronunciaremos muito em breve.
Entretanto, parabéns a Álvaro Trigo pelo trabalho realizado. A posição do cadáver do
velho, não tinha muito que se lhe dissesse. Estava estirado na orla da
estrada com o crânio semi-desfeito pela acção selváticas pancadas. Álvaro Trigo, que se
encontrava de férias naquela terreola, apareceu no local antes da polícia, e
ocupou-se em algumas investigações. Não lhe foi difícil apurar três suspeitos
e interrogá-los. Declarou um, José Pinheiro: – Eu julgo que o motivo foi
o roubo. Como vê não se acha por cá aquele embrulho de papel pardo que ele
transportava. Certamente continha centenas de moedas que ele ia colocar em
lugar seguro. Toda a gente sabe como ele é avarento e que economiza moeda por
moeda, para as ir esconder depois no esconderijo habitual que ninguém
conhece. Só soube do caso quando voltei da cidade. Ia a casa do Gaudêncio
para lhe contar uma “história” por se ter perdido de mim na cidade, quando
ele se saiu com estas palavras: - Sabes, mataram o velho poupa tudo do
Gonçalves! Depois, foi a vez do Jorge Cambalino, vizinho do morto: – Estava à porta da minha
casa e vi-o sair com um embrulho de papel pardo na mão, que calculei conter o
produto das suas últimas economias, que, como de ordinário ele ia recatar
junto de anteriores remessas. Decorridos cerca de 15 minutos, saí de casa para
ir à quinta do meu compadre Matias. Ao atravessar um mote encontrei-o naquele
estado. Momentos depois, surgia-me o Gaudêncio. E lá fomos ambos dar o
alarme. Eu não pensava contar isto senão à polícia, mas o senhor inspira-me
confiança. Por fim, falou Gaudêncio: – Tinha ido à cidade com o
Pinheiro. Andámos por lá algumas horas, até que nos perdemos. Eu bem o
procurei, mas sem resultado. Então, regressei, encontrando-me no caminho com
o Cambalino e… o cadáver. É o que posso dizer. Álvaro Trigo não precisou
de meditar muito para dar às autoridades motivos para ser detido o que
atendia ao nome de… PERGUNTA-SE: – Quem é o culpado? – Porquê? |
|
© DANIEL FALCÃO |
||
|
|