Autor

Márvel

 

Data

13 de Setembro de 1959

 

Secção

Na Pista do Culpado [18(A)]

 

Competição

Torneio de Homenagem ao Policiário Português

Problema nº 5

 

Publicação

Ordem Nova

 

 

Solução de:

V PROGRAMA

Márvel

 

O culpado foi o que entrou pela porta da esquerda.

O locutor disse: – “Reparem, senhores espectadores… a porta da direita…”» E por ela surgiu a mão armada. Mas, a direita de quem? Do locutor ou dos espectadores? Evidentemente, dos espectadores. Era a eles que o programa era destinado era destinado e apresentado, era a eles que os dados eram fornecidos, era a eles que competia decidir, era a eles que à empresa interessava tornar cómodo o espectáculo, etc., etc., e não ao locutor. Viam-se dois anéis nessa mão. Nesse caso, a mão era uma esquerda, pois de outro modo os anéis não se poderiam ver – até porque a arma apontava para a porta central. Ver-se-iam sòmente as pontas dos dedos, e não é nas pontas dos dedos que se colocam os anéis.

Foi facultado que o culpado não entraria pela porta da direita. Restam, portanto, a do meio e a da esquerda. A pessoa que entrou pela do meio tinha dois anéis, “parecidos” com os da mão assassina, mas tinha os na mão direita. Era um «bluf»! Claro que não poderia ter havido troca de anéis de uma mão para a outra, por que:

a) – Seria uma autêntica armadilha traiçoeira do autor.

b) – Deixaria o solucionista na dúvida, porque nada fora dito sobre o sujeito da esquerda.

c) – Então não se cumpririam as palavras do locutor, que disse «que todos os dados necessários lhes haviam sido expostos».

Assim, o assassino é o da esquerda, já que os outros se acham isentados.

© DANIEL FALCÃO