Autor

Márvel

 

Data

6 de Agosto de 1959

 

Secção

Na Pista do Culpado [14]

 

Competição

Torneio de Homenagem ao Policiário Português

Problema nº 6

 

Publicação

Ordem Nova

 

 

GABINETE DO INSPECTOR VARATOJO

Márvel

 

Digitalizar001001Uma página policial de grande projecção no país, é o «Gabinete do Inspector VARATOJO», inserta aos sábados no «Diário Ilustrado». Na sua orientação, fácil é reconhecer a mão sabedora do director do «V Programa», o mesmo que dirige o «Gabinete do Inspector VARATOJO». Actualmente, leva a cabo o «Torneio Scotland Yard» cujo primeiro prémio é uma viagem a Londres.

 

Muitas vezes um cidadão vê-se a braços com um caso a requerer imediata intervenção da polícia, sem que lhe interesse ou convenha a participação daquela no assunto. Quando tal sucede, é certo e sabido que apela para o «Gabinete do Inspector VARATOJO».

Um dos últimos casos apresentados ao «Insp. Varatojo foi exposto por um respeitável chefe de família:

– Vivo com minha mulher, uma criada e dois hóspedes; um estudante e um empregado bancário. Há uns oito dias, regressado do trabalho, tirei o porta moedas para contar maquinalmente o dinheiro, e deixei-o sobre a mesa, saindo. Quando voltei, já lá não estava. Com intervalos regulares, sucedeu-me o mesmo à carteira e ao relógio. Quando falava à minha mulher sobre esses desaparecimentos, ela acusava-me de me ter desfeito dos citados objectos em proveito doutra mulher. Hoje, quando cheguei a casa, ela veio-me ao encontro acusando a criada de ser a ladra daquilo por que eu dera falta. A rapariga, lavada em lágrimas, negava. Depois foi-me explicado o sucedido: de manhã, pouco depois dos hóspedes saírem, a criada fora ao seu quarto arrumar algumas blusas, recém-brunidas, que lhe pertenciam. Algum tempo a seguir, a minha mulher deu pela falta de uma blusa sua. A criada disse que talvez estivesse misturada com as dela por engano, «a senhora que fosse ver enquanto ela terminava o serviço». A minha mulher foi, e, entre uma blusa azul já com poucos sinais de brunidura – aliás, só a de cima se achava impecável – encontrou a minha carteira, o relógio e o porta-moedas. Também lá estava a peça de roupa que procurava. Agora, queria que eu a mandasse prender, mas eu hesito…

O «Insp. Varatojo contorceu asa mãos uma na outra, e deu a sua sentença:

 

PERGUNTA-SE:

– Que sentença pode ter dado o Insp. Varatojo?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO