Autor Data Março de 1978 Secção Enigma Policiário [24] Competição I
Grande Torneio de Divulgação 2º Problema Publicação Passatempo [46] |
Solução de: EU VI… Marvel Apresentada
por Persa Não, o
depoente falou verdade; aliás, tanto quis mentir que se «espalhou ao comprido»… a) – Às
tantas, diz o depoente: «…o luar
batia-lhe em cheio…» Logo, a acção desenrola-se
DE NOITE e a luz da sala NÃO ESTAVA acesa; no entanto, o descarado mentiroso
viu um fulano LER papéis, VIU o corta-papéis, VIU o outro espetar a vítima
uma… duas… várias vezes… VIU tudo como se a sala estivesse iluminada… b) – Se a acção tivesse decorrido como foi descrita, isto é, se os
2 homens tivessem entrado, conversado, lido papéis, etc., evidentemente que
TERIAM de acender a luz para o efeito (se esta não estivesse já acesa) e,
nesse caso, O LUAR NAO PODERIA ILUMINAR NINGUÉM DENTRO DA SALA! c) – Além
disso, mais um pormenor a ilustrar como o depoente é aldrabão: ele não
consegue perceber nada do que eles disseram, estando na mesma sala, a poucos
metros de distância («…0 que estava zangado chegou-se a outra secretária, perto do sítio
onde eu estava…» – «…encolhi-me
mais… esperava a todo o momento que ele me encontrasse…»), de noite
(menos ruídos exteriores) e, principalmente, nem sequer o que dizia um deles,
furioso, que gesticulava e GRITAVA (!). d) – Quase em
cada frase, um «espalhanço»: – «Vi-os
entrar juntos…», voltamos à mesma, se a sala estava às escuras, não os
podia ter visto entrar; se estava a luz acesa, então ele não poderia falar em
luar. Segundo o
depoente, apás o crime o pseudo-criminoso começou a
andar para a janela, que tem de estar mais ou menos por detrás do depoente,
pois sé assim o «luar iluminaria o rosto do outro». E então, segundo ele, o pseudo-criminoso foi-se embora. Quer dizer, voltou para trás, para a porta. Então, que
foi ele fazer para o lado contrário ao da saída, após o crime? Ver calmamente
a paisagem?... Conclusão: Não
há OUTRO nenhum, na altura do crime. O depoente esta «no rapinanço», é
surpreendido pela vítima e mata-a para impedir o alarme. O resto é aldrabice
pura! |
© DANIEL FALCÃO |
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