Autor

Marvel

 

Data

Julho de 1978

 

Secção

Enigma Policiário [28]

 

Publicação

Passatempo [50]

 

 

A MORTE NO PALCO

Marvel

 

– E agora, senhoras e senhores, – anunciou o locutor – um caso policial apresentado em desafio ao vosso raciocínio e perspicácia.

Estrugiram palmas. O pano subiu, deixando ver uma sala com duas portas laterais e uma central, fronteiriça à plateia. Ouve-se uma voz:

– Ante os olhos dos senhores espectadores, acha-se o local onde o crime vai ser perpetrado. Uma sala vulgar, alegre, inocente. Eis que alguém entra. Quem é? A vítima. Notam-lhe quaisquer sintomas de preocupação? De medo? Não, move-se com absoluta tranquilidade, como se o fim ainda tivesse longe.

Não pode adivinhar que… Olhem… reparem, senhores espectadores, a porta direita…

Uma mão armada de pistola emergiu duma das saídas laterais, apontando para a vítima, de costas junto da porta central. Da plateia, o Insp. Borges assentou o seu binóculo para o membro prestes a tornar-se assassino. Analisava o mais precisamente possível os dois aneis que rodeavam igual número de dedos daquela mão. Sentiu-se particularmente atraído pelo brilho de um azul intenso que se desprendia da pedra de um deles.

Um tiro… A vítima cai… A mão desapareceu…

– O crime foi cometido à vossa vista, senhores espectadores. Assistiram a um crime frio, cobarde e repugnante. Ouvem-se passos. Vão entrar os três suspeitos. Um deles é o culpado. Mas cuidado! Não vos deixeis influenciar pelo que transpuser a porta donde o tiro partiu. O assassino entrará por outra. Ei-los…

Quase ao mesmo tempo três homens entraram no palco, cada um pela sua porta. O insp. Borges dirigiu o seu binóculo para o que entrou pela porta central, procurando-lhe as mãos. Examinou-lhe a esquerda.

Não tinha anéis. Em seguida fitou mais demoradamente a direita. O par de anéis desta era parecido com o que ornava a mão do culpado. A pedra de um deles, uma safira, era maravilhosa. Decorreram alguns minutos.

– Desvendem o crime, senhores espectadores. Vinguem a morte daquele infeliz. Todos os dados necessários vos foram expostos.

A resposta foi um silêncio. Um silêncio que se eternizaria se o Insp. Borges não chamasse a si a iniciativa.

 

PERGUNTA-SE: Qual dos três suspeitos lhe parece ter sido o culpado?

Porquê?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO