Autor

Melusina

 

Data

12 de Abril de 1979

 

Secção

Mistério... Policiário [212]

 

Competição

Torneio “Detective Misterioso"

Problema nº 5

 

Publicação

Mundo de Aventuras [288]

 

 

O ENIGMA DO PENTE PRETO

Melusina

 

Você está no café com um grupo de amigos e vão falando de coisas várias, menos na vida de cada um… Assim, vêm à baila as cruzadas, o policiário e as charadas. A certa altura, um dos presentes sai-se com esta:

– Tenho urna ideia formidável (?...} para um policiário… Ocorreu-me, precisamente, quando pretendia resolver uma charada na secção «Charadismo», do «Quebra-Tolas», que os nossos amigos da «Família Policiária», Delgas e Ubro Hmet, ali orientam com muito interesse.

Com a curiosidade desperta você segue com atenção, disposto a não perder pitado, as explicações do orador:

– Imaginem vocês que assassinavam um pintor… Podemos chamar-lhe, Carlos Sá, por exemplo. Investiga-se e apenas têm dois suspeitos… Um chama-se, por exemplo, Zé Vieira, e o outro, João Ponte. Há uma única pista, se acaso a isso se pode chamar uma pista… É um pente preto! Que tal?

Levado pelo entusiasmo de apresentar a ideia, o vosso amigo até se esqueceu de explicar qual o papel do pente no crime… Mas um de vocês, sabidão, interpela-o nesse sentido, e ele continua:

– O pente é a «chave» do crime… Ele revela a identidade do assassino…

– Já sei! – responde outro sabidão do grupo. – O pente tem as impressões digitais do criminoso!

– Nada disso!... – responde a rir o narrador. – Frio! Este pente de que falo, não é material… Isto é, vocês não se poderiam pentear com ele!... É um pente pintado!... Eu explico: o pintor, sentindo a morte, desenha esse pente sobre uma das suas telas!...

Todos estão presos do maior interesse e olham uns para os outros.

– Devo dizer – continua o narrador que o assassino é um dos dois suspeitos…

– Mas olha lá – diz você, a interromper as notas explicativas do seu, e nosso, amigo – se eu, melhor, se nós não estamos a ver o quadro, essa pintura em questão, como queres tu que possamos estar dentro do imbróglio?

– Espera aí, que eu conto… É uma tela, talvez vulgaríssima, mas onde resplandece nas suas dimensões de 60x40, o grito verde característico de uma paisagem ribatejana, com o Tejo a ondular pela campina, ora preguiçoso, ora atrevido… Montanhas esfumadas muito ao longe e… gritante, insólito., estranho, um pente preto desenhado no meio do azul diáfano do rio!

– Ó pá!, com essa antevisão quase de terror, estragaste, como quem diz, borraste a pintura do bucolismo ribatejano!... Está bem!... Não vale a pena enfastiares-te! Pronto!

– Mais uma pergunta – continuava outro dos presentes – aqueles elementos chegam para descobrir qual dos dois indivíduos suspeitos é o assassino?

– Claro que chegam – responde o narrador.

– OK! Então, sugiro o seguinte: Dás-nos vinte e quatro horas, e amanhã, encontrar-nos-emos de novo aqui reunidos e cada um de nós dirá a sua opinião, ou solução… Certo?

 

1.º – Quem foi o assassino?

2.º – Onde baseia a sua solução? Explique.

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO