Autor

Mr. Jartur

 

Data

26 de Abril de 1956

 

Secção

Quem Foi?

 

Competição

Torneio do Dr. Aranha

XIX Problema

 

Publicação

Mundo de Aventuras [350]

 

 

COBARDIA CRIMINOSA

Mr. Jartur

 

O rapaz morrera… e se assim não acontecesse, teria de passar o resto da vida preso a uma cadeira de rodas.

Os jornalistas escreveram sobre o caso, condenando o automobilista que, após atropelar o desventurado jovem, o abandonara, a esvair-se em sangue.

Marcos Dias ofereceu os seus préstimos para a captura do delinquente. Depois de ver o corpo, no hospital, o jovem investigador dirigiu-se ao local de acção, utilizando o seu carro. Acompanhou-o na viagem a única testemunha do delito, que contou pormenorizadamente tudo o que presenciara:

– «Eu vinha para a vila, de bicicleta. Quando ouvi o ruído do carro, que se aproximava velozmente, pela minha retaguarda, guiei mais para a berma da estrada. O carro passou com os máximos acesos. Uma dezena de metros adiante, notei que o condutor lançara fora uma ponta de cigarro. Instintivamente, segui com o olhar aquele corpo luminoso que, na escuridão, traçou urna curva e foi cair no areal que marginava a estrada do lado por onde eu seguia, em marcha moderada. Súbito, chamou-me a atenção o chiar dos travões, derrapar de pneus e um grito de dor. Pedalei mais veloz, mas já o carro se afastava, sem que me fosse possível identificá-lo. Quando cheguei ao local do sinistro, deparei com o corpo de um jovem, ensanguentado e sem dar acordo de si. Depois de abandonar a bicicleta junto de uma árvore, carreguei com o corpo do infeliz e encaminhei-me para a vila, que, felizmente, já se avizinhava. E é tudo…».

Entretanto, chegaram ao local do sinistro e Marcos logo tomou apontamentos, examinando a estrada na mira de descobrir algo que constituísse uma pista a considerar.

Eis algumas das anotações feitas:

A estrada, de bom piso, descreve uma curva no sentido Sul-Poente. Neste sentido, seguia o carro. Manchas de sangue, na beira interior da curva, assim como marcas de pneus, insuficientes para que se saiba a que fábrica se deve a sua manufactura.

Marcos nada mais adiantou, pelo que se dirigiu ao posto da P. V. T., sendo ali informado de que, mais ou menos à hora a que a tragédia ocorrera, deviam ter passado na estrada os seguintes autos:

 

MARCA

 

MODELO

 

MATRÍCULA

Renault

 

Frégate

 

GE-17-42

Dodge

 

De Luxe

 

LG-25-14

Morris

 

Eight

 

IB-19-35

Wolkswagen

 

 

BL-72-40

 

Marcos soube também que todos os carros transportavam apenas o condutor.

Estes elementos, bem como a identidade dos volantes, foram conseguidos graças à Polícia, que estava tirando apontamentos para uma estatística.

Marcos nada mais necessitava saber e, momentos depois, a Judiciária ouvia a acusação formulada pelo jovem investigador. E, no dia seguinte, já o culpado se encontrava na cadeia, onde ficaria largos anos, para que expiasse o seu delito.

 

PERGUNTA-SE:

1) Qual o carro conduzido pelo culpado?

2) Quais os pormenores em que Marcos se baseou para acusar um dos condutores?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO