Autor Data 12 de Julho de 1956 Secção Quem Foi? Competição Torneio dos “Produtores” X Problema Publicação Mundo de Aventuras [361] |
O CASO DO MÚSICO Mr. Jartur Marcos pisou o pedal e, com
uma breve travagem, o «M.G.» foi imobilizar-se junto à porta do hotel, onde o
gerente aguardava a sua chegada. Enquanto se dirigiam para o
quarto onde se encontrava o morto, Marcos foi informado do seguinte: a) O homem que pusera termo
à existência chamava-se Galvão, e estava hospedado ali havia perto de oito
meses. b) Era a principal figura
de uma orquestra famosa, sendo também no mundo o único trompetista canhoto. c) Não só para tocar, como
para qualquer outro serviço, o Galvão utilizava sempre a mão esquerda. d) O criado ia chamá-lo ao
quarto todas as noites, cerca das 10, hora a que ele devia ir para o clube
onde a sua orquestra se exibia há já bastante tempo. A porta do ascensor
abriu-se e Marcos saiu da companhia do gerente do «Ritz», dirigindo-se logo
para o quarto que lhe foi indicado por aquele. Imobilizaram-se junto da
entrada, no meio da criadagem e hóspedes que, curiosamente, espreitavam o
interior do aposento, e entraram precedendo o criado que descobrira o corpo.
O olhar perspicaz de Marcos vagueou pelo compartimento, fixando-se na vasta
secretária, sobre o tampo da qual estava tombado o corpo. A mão direita do
homem estava crispada num dos lados do pequeno cofre, vazio, e a outra
segurava uma automática, à qual faltava um projéctil.
O casaco apresentava, na
manga esquerda, junto dos botões de punho, um pequeno orifício que Marcos
verificou ter sido feito pela bala. Marcos ergueu o corpo o
viu, no peito e no mata-borrão que cobria a mesa, uma mancha de sangue já
coagulado, que alastrara. Nos bolsos, o detective encontrou vários documentos que facilitaram
urna rápida identificação; e também a licença de porte de arma (aquela que se
supunha ter utilizado). Interrogando o criado, o
investigador soube que às dez horas, corno habitualmente, aquele tinha ido
chamar o hóspede músico. Não obtendo resposta, resolveu entrar, tendo, então,
deparado com o triste cenário. Horrorizado, correra a
chamar o patrão, que imediatamente pedira a comparência das autoridades. Quando Marcos perguntou ao
criado se não teria entrado no quarto alguém que tivesse interesse na morte
do homem, ele respondeu ser isso impossível, dado que se mantivera sempre no
corredor a ler o jornal, após lhe ter servido o jantar. Marcos algemou um dos
presentes, dizendo-lhe: – Meu caro: o crime jamais
compensará quem o pratica! Creia! PERGUNTA-SE: – Em que se baseou Marcos
para deter um dos homens, e qual foi? |
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© DANIEL FALCÃO |
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