Autor Data 2 de Outubro de 2023 Secção Competição 2º
Torneio de Entretenimento de Problemística
Policiária Problema Policiário nº 6 Publicação Blogue Repórter de Ocasião |
INSPECTOR RODRIGUINHO INVESTIGA - UMA
MORTE COLORIDA O Gráfico O
inesperado aconteceu entre um grupo de quatro amigos, já reformados, todos
eles com muito mais de setenta anos, mas aparentando boa saúde e excelente
forma física… uma morte violenta… que coisa… entre bons companheiros! Os
quatro inseparáveis compinchas eram ferrenhos adeptos do futebol, cada um
adepto de clube diferente… e adoravam jogar à “Sueca” aquele jogo
tradicional, em que cada um dos quatro jogadores, dois a dois, fica com dez
cartas, após o embaralhar e o “partir” ou “cortar” o baralho, entre um e respectivo parceiro, onde quem dá cartas retira uma, por
cima ou por baixo, para mostrar o trunfo… referente a um naipe.
Encontravam-se sempre para estas jogatanas costumadamente na residência do
Rolando que neste caso… é a vítima encontrada morta! Rolando era Benfiquista
e como anfitrião destas jogatinas que eram intensas e se prolongavam por
tardes e às vezes… noite oferecia sempre apetitosos petiscos, pelo meio,
cerveja, vinho tinto e água para o Patrício que não ingeria bebidas
alcoólicas e era sócio do Braga… manias, ele que nasceu e foi criado na Cova
da Piedade. Viam televisão, especialmente jogos de futebol, aos
fins-de-semana, jogavam às cartas e, por vezes, os ânimos “aqueciam”…
juntando as rivalidades da “Sueca” com o clubismo… ui… quase dava pancadaria,
mas no outro dia já nada contava nem valia… nova reunião… mais patuscadas e
estava tudo bem, como se nada tivesse acontecido na véspera! Joaquim,
o mais idoso, gabava-se de ser Sportinguista desde pequenino e ficava
bastante exaltado quando lhe diziam que só ganhava um campeonato de 20 em 20
anos e não gostava nada, mesmo nada, de perder à “Sueca” e perdia… quase
sempre, com o seu parceiro inseparável, o Zacarias que só tinha olhos para o
F. C. do Porto! O mais abastado era o dono da sumptuosa vivenda onde vivia,
na Charneca da Caparica, o Rolando, por isso proporcionava o convívio com os
seus amigos de infância. Todos viviam sem companhia… um viúvo, neste caso, o
Rolando, um divorciado o Patrício, um solteiro, nunca se casou, o Joaquim e
outro viúvo, o Zacarias. A
residência do Rolando era enorme com terrenos em redor da moradia repletos de
flores e árvores, algumas de frutos, tudo bem tratado, mas a “menina dos seus olhos” era a bem
imaginada e arquitectada piscina, muito funda,
pintada no chão, dividido a meio, de azul-celeste e amarelo, com paredes
grandes e distintas, brilhantes, de cor igualmente amarela que originava uma
aparência enérgica, algo extravagante, excêntrica e sensual com os envolvidos
e misturados tons levemente azulados e cristalinos da água que a enchia. Rolando
trabalhou, desde tenra idade, em Artes Gráficas, assistindo ao progresso e à
evolução desta Indústria, durante 50 e longos anos desde Tipografia,
Litografia e Impressão Offset e tornou-se um mestre na arte de misturar e
achar novas cores utilizando as primárias: amarelo, vermelho e azul. Estas
cores envolvidas entre si, com o talento e engenho do manuseador dão origem
às chamadas secundárias e que são, como exemplo, o roxo, laranja e o verde. Patrício,
apenas se queria divertir, nestes convívios, para ele perder ou ganhar pouco
lhe interessava, formou-se em Desporto e fez a sua vida como Professor de
Natação administrando aulas em piscinas aos seus praticantes de Colectividades, Clubes e Câmaras Municipais. Era um
ancião calmo e sereno. Joaquim
foi Polícia. Completou a Universidade e enveredou pela carreira competente da
Segurança Pública. Tinha o feitio mais problemático de todos. Gostava do
rigor e ria poucas vezes. Zacarias
trabalhou eternamente na Construção Civil era um homem alto e corpulento, mas
queria era galhofa, comer, beber bem e fazer passar o tempo. A
morte de Rolando, o crime, como ficou provado e foi solucionado pelo Inspector Rodriguinho e o seu Ajudante Lumafero – ambos documentaram este caso como “Uma Morte Colorida”… devido ao aparato
brilhante e expressivo como o corpo foi encontrado! – foi
perpetrado em casa da vítima, não se sabendo bem o momento, mas evidentemente,
após um dia de jogos de “Sueca”, televisão, comida e bebida e talvez algumas
discussões! Um dos habituais amigos, presentes nestes convívios, em pleno
verão, após terem saído da vivenda do Rolando, regressou ao local e… deu-lhe
um tiro no peito! A arma não se encontrava no local da morte nem foi
encontrado nenhum invólucro proveniente do disparo. Nas redondezas ninguém
ouviu o disparo pelo que talvez tenha sido usado um silenciador. O cadáver
foi encontrado na manhã seguinte e encontrava-se dentro da piscina… o
vermelho do sangue derramado misturava-se com as cores da água da piscina e
do fundo e paredes da mesma, numa visualização colorida de emoções fortes!
Com o corpo já fora de água, retirado pelos Bombeiros, o Inspector
Rodriguinho verificou que o morto tinha numa das suas mãos, fechada, umas
quantas folhas das plantas trepadeiras que decoravam e embelezavam os muros
dos arredores da piscina, mas o que lhe fazia, a princípio, mais confusão era
o facto bem visível, devido aos rastos de sangue, do Rolando, ainda vivo e
moribundo, após ter levado o tiro, ter-se arrastado e atirado para dentro da
piscina… onde acabou por falecer, dando a ideia de tentar deixar pistas para
a descoberta do seu assassino! Que coragem! Uma acção
destemida e incrível! …Foi
dentro destes pensamentos que o Inspector
Rodriguinho e o seu Ajudante Lumafero se reuniram
com os velhos amigos da vítima, o Patrício, o Joaquim e o Zacarias, para uma
breve conversa e prestação de depoimentos! E, na verdade, concluídas todas as
deduções e após recolhidas as informações de cada um dos suspeitos… foi
encontrado o assassino. …Agora
é a vez dos decifradores e solucionistas do Blogue do “Repórter de Ocasião”
(RO), dizerem de sua justiça perante esta morte
colorida! Apresentem a sua resposta/solução de como tudo teria acontecido e
indiquem o nome do culpado e o(s) pormenor(es) que o incriminam… |
|
© DANIEL FALCÃO |
||
|
|