Autor Data 8 de Abril de 2012 Secção Policiário [1079] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2012 Prova nº 3 (Parte II) Publicação Público |
RECORDAÇÕES Paulo Remexendo
em papéis antigos, encontrei um velho caderno da disciplina de inglês dos
tempos de liceu. Entre as suas páginas havia um papelinho misterioso com uma
mensagem assinada por um desconhecido John. Quem
era o John e que papel era aquele? Na
década de setenta do século passado eu, o Pedro, o Jorge e o Marco éramos
colegas de turma e partilhávamos o gosto do policiário. Adeptos do Mistério
Policiário orientado pelo Sete de Espadas, discutíamos os problemas e as
soluções num jogo de equipa que normalmente acabava por ter bons resultados.
Semanalmente comprávamos o Mundo de Aventuras que devorávamos da primeira à
última página. Enquanto eu e o Jorge éramos grandes apreciadores das séries
belgas e principalmente de Buck Danny,
o Pedro e o Marco gostavam mais do britânico Garth.
Sem desprimor pelos desenhadores e argumentistas ingleses, não duvido que a
preferência dos dois se devia às figuras femininas e ao erotismo latente que
punha em ebulição as hormonas adolescentes que nos faziam andar aos quatro de
queixo caído por uma colega de turma, a Marcela, que não nos ligava nenhuma.
Mas… ligávamos nós. Voltando
à revista, além do Mistério Policiário, havia uma outra secção que nos
fornecia armas para ocuparmos o tempo em algumas aulas. Era a Escola de
Espionagem orientada pelo Agente Secreto. Por lá se aprendia a encriptar e a
descodificar mensagens. Com
essas competências, nas aulas de inglês, quando não estávamos de olhos presos
na jovem professora que insistia em vir para as aulas de minissaia, escrevíamos
mensagens uns aos outros. Embora
a assinatura fosse essencial para poder descodificar a mensagem, nunca
assinávamos com os nossos nomes nem os colocávamos no texto, de modo que no
caso de a professora apanhar o papel e, situação muito improvável, conseguir
ler a mensagem, jamais saberia quem a enviou ou quem era o receptor, porque embora a maior parte dos escritos lhe
fossem muito elogiosos, suspeitávamos que ela não iria gostar de os ler. Algumas
vezes as mensagens, além da professora de inglês, da Marcela e da banda
desenhada, também versavam o futebol. Eramos três benfiquistas contra o
sportinguista Pedro. Discutíamos muito futebol e nas nossas argumentações
tínhamos por vezes análises e duelos verbais de fazer inveja aos credenciados
comentadores que hoje em dia aparecem na televisão a defender cada um dos
seus clubes. Mas,
regressando ao motivo que levou à escrita deste texto, fiquei com a
curiosidade de saber o que diria a mensagem. A memória já não conseguia
chegar ao dia em que fora escrita, para saber se tinha sido eu o autor ou se
seria qualquer um dos meus amigos. Peguei
no conjunto das letras, WCWEXLPZXRVZRBNBBDVECWUTLWUPXPLAOWJNISYB, fiz
rapidamente uma tabela e comecei a fazer a descodificação. É
como andar de bicicleta, depois de aprender nunca mais se esquece. Depressa
obtive o texto desencriptado, ficando a saber quem o escrevera, e os meus
caros leitores, a partir do que está narrado e caso tivessem visto como eu o
conteúdo da mensagem, também poderiam saber. Para
terminar este espaço de recordação fica uma pergunta que encontra resposta no
texto atrás escrito. Qual
era o tema da mensagem? A
– A professora de inglês B
– O futebol C
– A banda desenhada D
– A Marcela |
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© DANIEL FALCÃO |
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