Autor Data 12 de Julho de 2015 Secção Policiário [1249] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2015 Prova nº 6 (Parte II) Publicação Público |
ACONTECEU NA ENTRADA DO CLUBE Quaresma, Decifrador Depois
de muita insistência, resolvi aceder ao pedido do meu amigo. Ele pretendia
entrar num clube de acesso muito reservado e limitado a um grupo muito
reduzido de pessoas. Só que para o conseguir precisava de conhecer o código
que lhe daria acesso. Por isso, contava com a minha ajuda para a decifração
desse código. Pelo
que parece, o acesso ao clube em causa era feito de uma forma muito estranha.
Os interessados em participar nas atividades do clube, deviam aproximar-se da
porta, bater e aguardar que lhes fosse dada uma informação, enquanto eram
controlados por uma câmara colocada sobre a porta. Em seguida, deveriam dizer
algo e só seria aberta a porta caso a resposta dada correspondesse ao que era
esperado. Caso contrário, não valia a pena tentarem de novo. Quer isto dizer
que só lhes era dada uma oportunidade. Na
noite em questão, colocámo-nos num local estratégico perto da entrada do
clube, onde conseguíamos ouvir tudo. Começamos por ver um indivíduo
aproximar-se da porta e, com duas pancadas dadas com os nós dos dedos, bater
na porta. Vimos ligar a luz verde da câmara e ouvimos uma voz dizer: “8”. De
imediato, o indivíduo respondeu “4”. A porta abriu-se e ele entrou. Ainda
não tinha passado muito tempo e já outro indivíduo se aproximava e batia à
porta com a palma da mão aberta, dando duas pancadas. A câmara voltou a
ligar-se e ouviu-se: “24”. Resposta imediata: “12”. A porta voltou a abrir-se
e o segundo indivíduo entrou. Eu
e o meu amigo entreolhámo-nos e, pelo olhar dele, percebi que já tinha uma
ideia sobre o que fazer para entrar no clube. Enquanto isto, aproxima-se um
terceiro indivíduo e tudo se repete: bate à porta com os nós dos dedos, três
pancadas, a câmara liga-se e ouve-se a voz proveniente do interior dizer: “14”.
Do lado exterior, ouve-se “7” como resposta e a porta abre-se. O
meu amigo, enquanto esfregava as mãos de satisfação, dizia-me: “Desculpa lá
ter-te feito cá vir. Afinal não vou precisar da tua ajuda.” “Tens
a certeza?”, perguntei. “Não será melhor conversarmos
sobre como se processa a entrada no clube?” Ainda não tinha terminado de
falar e ele já ia na direção da entrada. “Obrigado, mas não é necessário.” Fiquei
a vê-lo chegar junto à porta e a bater com duas fortes palmadas. Sem saber
bem porquê, estava com a sensação que ele se iria precipitar. Entretanto, a
câmara ligou e ouviu-se: “30”. O meu amigo, rapidamente, respondeu: “15”. E
nada aconteceu. Ou melhor, até aconteceu. Aconteceu a porta não se abrir. Depois
de algum tempo, sem perceber muito bem o que tinha acontecido, o meu amigo
afastou-se a murmurar: “Porque é que a porta não abriu? Eu tinha a certeza…” “Pois…”,
comecei por lhe dizer, “…devíamos ter falado antes e esperar que viesse mais
alguém para tirarmos todas as dúvidas.” E acrescentei: “Agora já sei o que
devias ter respondido!” Será
que o leitor também sabe? A
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© DANIEL FALCÃO |
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