Autor

Rapariga Espinho

 

Data

4 de Setembro de 1975

 

Secção

Mistério... Policiário [25]

 

Competição

I Grande Torneio

Policiário nº 1

 

Publicação

Mundo de Aventuras [101]

 

 

DESCULPE, MAS NÃO LHE SIRVO DE ÁLIBI!…

Rapariga Espinho

 

9 horas e 30.

O Café Scott encontra-se praticamente deserto àquela hora da manhã, pois somente se vê um empregado que limpa, pachorrentamente, uns copos.

Pela enorme porta de vidro voltada ao jardim de terra entra Rosa que, hesitante, não sabe onde se há-de sentar, apesar de o café estar vazio…

Vencida a indecisão inicial, decide sentar-se ao balcão… Dirige-se ao primeiro e alto banco…. Na frente sobre o balcão, repousa um copo que, pelos restos, parece ter servido «martini»… Rosa, levada por movimentos de rotina, passa a mão pelo assento do banco como quem o limpa e nos aços e cromados, bem como no pergamóide do fundo, sente uma sensação de frio e gelo que a faz arrepiar. Estremece, porque a manhã não lhe parecia tão fresca… Prepara-se para se sentar quando o empregado lhe diz:

– Desculpe… Esse lugar está ocupado…

Rosa, sem uma palavra, dirige-se para o banco ao lado, segura-se à barra, coloca o pé esquerdo no suporte, elevando-se com impetuosidade, e senta-se… O dia já não lhe está a correr nada bem…

Pede um café.

Dez minutos depois, mais ou menos, vê entrar uma rapariga que, circundando um olhar indeciso pela sala, fixa-o na porta com uma figura de senhora afixada, e dirige-se para lá…

Abre a porta…

…E logo um grito estridente faz sobressaltar Rosa no alto banco…

Olha…

Pendurada do suporte do candeeiro está uma rapariga, jovem e magrizela…

…Enforcara-se com um cinto…

Pedidos o médico e a Polícia…

Chega primeiro esta que começa por tentar saber coisas do empregado, que lhe vai respondendo:

– Não vi nada… Tenho estado sempre aqui ao balcão… Esta menina pode confirmar, visto que, quando entrou, aquela menina acabava de entrar no W. C.…

Rosa ao ouvir o interrogatório e as respostas, disse já quase irada, com os lindos olhos azuis a fuzilarem:

– Desculpe, mas não lhe sirvo de álibi!...

 

1 – Crime ou suicídio?

2 – Porquê?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO