Autor Data 12 de Dezembro de 1947 Competição III Torneio Problema nº 6 Publicação … |
A EXTENSÃO 11 NÃO RESPONDE Sete de Espadas Estamos no
64.º andar de um dos muitos arranha-céus de Nova York. Um amplo salão, e nele
um labirinto de pequenas “ruas”, bem talhadas sempre em ângulo recto,
contornam a maior variedade que se possa imaginar de secretárias grandes,
pequenas, altas e baixas e uma infinidade de pranchetas e mesas de desenho.
Cinco portas e um guarda vento dão acesso, respectivamente, a quatro
gabinetes. – Direcção, Chefe dos Desenhadores, Secretária e Tesoureiro -, comunicaçõe4s
com o “hall” onde se encontra o continuo e finalmente, o guarda-vento, para
um amplo corredor com portas à esquerda e direita que servem a arrecadação,
sala de mapas, arquivos, «WC» e chuveiros. Ao fundo do corredor, uma larga e
bem delineada escadaria de acesso ao terraço donde se divisa uma vista
surpreendente, para nós europeus, acostumados às «vilas» de pouca altura, mas
que o navaiorquino não admira, porque não tem tempo e também porque nunca viu
a poesia das águas mansas do Hudson. Contínuo: Foi
ao gabinete do Secretário que lhe pediu um copo com água para tomar um
comprimido, porque se sentia mal disposto. Quando voltou com o copo, Mr.
Crowl estava falando ao telefone e com mau parecer. Não pode precisar hora,
porque não reparou… Nelson: Confirma
as suas impressões, no momento em que entrou no gabinete e que ninguém mexeu
em nada. O director:
Diz que também não viu ninguém mexer em nada e que prontamente, com Nelson,
fez sair todos do gabinete e vieram até ao salão, encostando a porta. Depois
de pedir quer chamassem Alex, voltou com Nelson para dentro do gabinete. Carplow: Diz
que se ninguém saíu para o corredor, visto que a sua secretária é a que está
mais perto do guarda-vento e também que quando foi à sala dos mapas, nada viu
de suspeito. E mais ainda: O
engenheiro-director e Nelson, afirmam que quando da primeira entrada não
repararam no punhal: o “hall” e os quatro gabinetes tem as mesmas dimensões e
disposição dentro do salão: o copo meio de água, contém um narcótico que
começaria a produzir efeito 10 minutos depois de tomado, conservando o corpo
inanimado durante 40 horas: Crowl em Inglaterra, usara o nome de John Brader
e entrara ao serviço da Companhia há ano e meio: Garplow foi ajudante do
tesoureiro e do secretário, tendo sido, mais tarde, afastado do lugar: um
livro aberto sobre a secretária de Crowl mostrava a escrita viciada e na
tesouraria havia um desfalque de 15.000 dólares: o contínuo entrara ao
serviço há 16 eses: o punhal que foi cravado com muita violência, tem uma lâmina
forte e comprida: bastante pesada, e um cabo muito curto, oco e leve: a
pistola tem bem visíveis as impressões digitais de Crowl: a morte, que fora
instantânea, verificou-se às 15 horas e 13 minutos: o contínuo recebera um
sobrescrito confidencial, às 15 horas, e nega-se terminantemente a dizer o
que contém. E depois de
tudo isto, o nosso “detective” particular Alexis Smith, pegou numa grande
folha de papel e começou por escrever o seu relatório, perguntando o
seguinte: 1.º - Como
morreu Crowl? Porquê? 2.º - Que
relação existe entre o copo com o narcótico, o punhal e o tiro? 3.º - Como se
deve ter passado o caso? |
© DANIEL FALCÃO |
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