Autor Data 15 de Maio de 2007 Secção Publicação O Almeirinense |
O 13º CASO Sete de Espadas Sabendo
quanto me interessava por enigmas policiais, o meu grande amigo e mestre Alexis Smith, detective
particular em Londres, um dia enviou-me uma carta com o seguinte caso: «Local
do crime: Num arruamento, de terra encharcada, no jardim da “Vivenda
Dália”, a cerca de 100 metros da porta principal e a poucos metros da porta
do fundo do jardim. A vivenda era enquadrada por ruas. Posição do corpo:
Estendido de costas, envergando uma gabardina cinzenta e, junto à cabeça, o
sangue manchava de vermelho a terra mole. Perto dos pés, um chapéu também
cinzento. Relatório
médico: O tiro fora disparado a curta distância, chamuscando os cabelos,
tendo a bala penetrado obliquamente, de trás para a frente, um pouco acima do
occipital e saído junto ao maxilar inferior. A morte fora instantânea e
ocorrera cerca das 10 horas. Declarações dos suspeitos:
Melvyn
– Discutira, violentamente, na noite anterior, com Ted
(o morto), por ciúmes de uma colega. Tivera aula das 9 às 11 horas. Saíra das
10 às 10 e um quarto e recusara-se a dizer onde fora. Karter
– Pela janela do seu quarto, no 1º andar, viu a cena, que foi rápida. Por
entre os arbustos, dois vultos: o da frente volta-se rápido, agacha-se,
atacando; defendendo-se, o outro desvia-se, um braço ergue-se rápido, volta a
descer. Um tiro soa, na manhã cinzenta, e o corpo cai com um baque, surdo,
sobre a terra mole… Corre rápido; nada há a fazer ao corpo! Persegue o
assassino, que lhe pareceu Melvyn… Corre na rua
deserta, até à próxima esquina da direita e esbarra com Thompson,
que, pacatamente, vinha em sentido contrário… Thompson
declara: Esbarrara com Karter e, depois de saber o
que acontecera, foram ambos ver o corpo. Saíra da aula às 10 horas. Observações gerais:
O estabelecimento de ensino, que todos frequentavam, situava-se a cerca de
500 metros; os quatro possuíam o mesmo físico, as mesmas gabardinas cinzentas…
e, até, os mesmos sapatos. No arruamento, havia várias pegadas nos dois
sentidos; não havia sinais de luta. Afinal, Thompson
faltara à aula das 9 às 10 horas.” A
carta findava com o pedido de resolução, que passamos aos nossos leitores. |
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© DANIEL FALCÃO |
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