Autor Data 3 de Agosto de 1978 Secção Mistério... Policiário [177] Competição Torneio
“4 Estações 78" | Mini C – Verão Problema nº 3-A Publicação Mundo de Aventuras [253] |
INDÍCIO FATAL… Telmo Já
passava da meia-noite… No edifício do C. P. A. (Centro de Pesquisas
Astronómicas) que se situava fora da urbe, o professor Dinis Teixeira
trabalhava nos seus cálculos… Homem de ciência, cerca de 50 anos, era
completamente distraído chegando por vezes a representar ridículas situações… Estava
tão absorto nos seus «manuscritos» que nem reparou nuns passos furtivos que
se faziam ouvir num dos enormes corredores do importante centro. De
repente, a porta abriu-se e na sala entraram três homens encarapuçados… não
dando qualquer hipótese de defesa ao cientista visto o neutralizarem com uma
pistola munida com silenciador. Os
«gorilas» deviam ter liquidado o guarda do centro para se internarem tanto no
edifício. –
Procurem a mercadoria! – ordenou o homem que guardava
a saída e que decerto devia ser o chefe nesta operação. O
professor, impotente, viu os outros dois bandidos porem o gabinete de «pernas
para o ar»… Talvez à procura de algum documento
importante... Daí poder deduzir-se que seriam espiões… O
tempo passava… e os espiões não tinham ainda encontrado a «mercadoria»…
O chefe, impaciente, recuou alguns passos para ajudar os seus subordinados.
Ficou a cerca de dois metros do professor Teixeira… –
Está aqui! – declarou um «gorila», que tinha na mão
um conjunto de folhas dactilografadas. O
professor reconheceu-o pela voz, e aproveitando aquele momento de distracção – visto todos os olhares
dos assaltantes, convergirem para as folhas – correu para a secretária e
pegando no lápis traçou umas sinalefas e caiu morto… Sim, porque logo a
seguir o «chefe» tinha disparado dois tiros que não se ouviram, por causa do
silenciador… De
manhã, o edifício do C. P. A. estava cheio de polícias, de jornalistas,
fotógrafos e tudo mais (aqueles a ver se conseguiam tirar algum título
sensacionalista para os seus periódicos). Interrogatórios
e mais interrogatórios, mas nada se apurou. Mais tarde, já perto das 10
horas, chegou o Inspector Eduardo Ramos, um dos
mais valorosos e prestigiosos inspectores da
Polícia. Depois
de ter percorrido os longos corredores e secções, encaminhou-se para o
gabinete do professor. Ainda chegou a tempo de ver o corpo do infeliz
cientista a ser retirado do local do crime. Imediatamente, acercou-se do inspector Ramos o seu colaborador e amigo o subinspector António Mimoso. –
Mande retirar os jornalistas e restante pessoal da porta senão não poderemos
investigar à-vontade este caso – disse o inspector
para o seu amigo. E
num abrir e fechar de olhos os repórteres desapareceram. O
inspector retomou o diálogo: –
O que se passou? Só sei que mataram o professor Teixeira. –
Sim, e levaram os planos das pesquisas sobre os novos reactores…
Enfim! Deve ter sido espionagem industrial. –
Como se introduziram no edifício? –
Mataram o agente 365, que vigiava este sector. Tudo leva a crer que tivessem
um cúmplice. –
Pistas?... –
Não, inspector! Tudo trabalho limpo. O
próprio inspector acercou-se da secretária e olhou
para a papelada que se empilhava nela. Algo lhe chamou a atenção… Uns riscos
traçados à pressa sobre um sinal… «Estranho!
– pensou o inspector. – Talvez seja um indício…
Talvez…» Chamou
o subinspector e perguntou-lhe quantas pessoas
trabalhavam no centro. –
Cerca de 9… O pessoal é constituído por cientistas. Estes estão, por sua vez,
divididos em secções e cada um estuda um planeta… – foi a resposta. Depois
disto, pegou na sua agenda e copiou a sinalefa: Pediu
a Mimoso a lista dos cientistas. Era a seguinte: –
secção Júpiter. Prof. Luís Guerra –
secção Marte. Prof. Sérgio Oliveira –
secção Plutão. Prof.a
Cristina Tavares –
secção Saturno. Prof. António Antunes –
secção Lua. Prof.a
Liliana Peixoto –
secção Mercúrio. Prof.a
Teresa Meneses –
secção Neptuno. Prof. Paulo Queirós –
secção Urano. Prof. João
Pimenta –
secção Terra. Prof. Rui Barreiros Pergunta-se:
1
– Quem acha que foi o cúmplice? 2
– Explique, convenientemente, a razão da sua afirmação. |
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© DANIEL FALCÃO |
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