Autor Data 1 de Dezembro de 1977 Secção Mistério... Policiário [142] Competição Torneio
“Tertúlia Policiária do Palladium" Problema nº 11 Publicação Mundo de Aventuras [218] |
ACONTECEU EM AVEIRO… Tenente Langelot 17
de Novembro de 1974. Chove intensamente na cidade de
Aveiro. Em alturas como esta, pouca gente se vê nas ruas e nos cafés. Parece,
então, que toda a cidade decide ficar recolhida. A ria completamente cheia,
com os seus característicos barcos um pouco agitados pelo vento, que também
se faz sentir… –
Parabéns a você… nesta data querida… É
o dia de aniversário do dr. Pedro de Oliveira,
conhecido advogado da região. A festa decorria na sua magnífica casa,
ricamente mobilada em diversos estilos. 17
horas. As crianças convidadas,
brincavam na parte coberta do enorme jardim da casa, enquanto os adultos se
entretinham no salão de recepções, bebendo, jogando
cartas e conversando. Ia a festa na melhor altura, quando apareceu, aflito,
um empregado da cosa… –
O… o… o… se… senhor Oliveira! Na sala de armas… morto! Levantei-me
rapidamente e dirigi-me para a referida sala. Ficava do outro lado da casa, e
era revestida de cortiça, para que Pedro pudesse utilizar as suas armas sem
alarmar os empregados. Entretanto, ia interrogando o empregado, que disse ter
entrado na sala para lhe fazer uma pequena limpeza, uma vez que essa parte da
casa não era utilizada para a festa. Chegámos rapidamente lá, e logo
verifiquei que, além de José, assim se chamava o empregado que descobrira o
corpo, mais ninguém tinha tido acesso à sala, depois de consumado o crime… Carlos
de Oliveira encontrava-se prostrado de costas, no chão, tendo ao lado um
relógio quebrado, que parara nas 16 horas e 45 minutos. A camisa totalmente
ensanguentada dos seis tiros que recebera no peito… Rapidamente, lembro-me de dois indivíduos
que não se encontravam no salão pela altura do crime… pelo menos tudo levava
a crer que fosse crime! Rogério Andrade, que alegou ter ido comprar tabaco e
António Parente, que disse ter ido tomar ar à varanda, mas que tinha voltado
imediatamente devido à chuva que se continuava a fazer sentir… No cabide da
porta da saída, um casaco molhado… De
repente entrou na sala uma outra personagem. Frederico Andrade, pai de
Rogério, que se mostrava extremamente excitado… –
F… fui eu quem o matou! Com aquele «Paterson»!... Efectivamente
num canto escondido da sala encontrava-se a arma, que notei estar sem balas… –
Ele arruinou-me… eu vinguei-me Viemos para aqui conversar e discutir a compra
de algumas armas. Quando se virou para colocar um alvo na parede, para que eu
pudesse ajuizar do valor das armas, chamei-lhe a atenção e quando se virou,
descarreguei o cilindro da arma no seu corpo. Podem prender-me!... Eu
olhei-o bem nos olhos… Depois olhei o filho, Rogério, que parecia um peixe
fora de água a abrir e a fechar a boca… A seguir o Parente, que franzia o
cenho… e por fim José, que aparvalhadamente nos fitava a todos… –
O senhor está a proteger alguém!... O senhor não foi o assassino! –
Explique, segundo o seu critério, e tendo em vista que todos os dados estão
no texto, a razão de ser daquela afirmação. |
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© DANIEL FALCÃO |
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