CARNAVAL!
CARNAVAL! É A VIDA (O QUE É
QUE SE HÁ-DE FAZER?) (…) BORDA
D'ÁGUA DO CONTO CURTO - 2018 BORDA
D'ÁGUA DO CONTO CURTO - 2019 BORDA
D'ÁGUA DO CONTO CURTO - 2020 |
CARNAVAL! CARNAVAL! A garagem
cheirava a construção recente e no espaço, ainda liberto de tralhas,
improvisava-se uma bancada com uma placa de MDF montada em cavaletes. Depois
de abertos, os sete pequenos caixotes de cartão, e um outro um pouco maior,
com um carimbo Made in China, transformaram o
ambiente um pouco frio e cinzento num festival de alegria e algazarra. Não
havia lugar para dúvidas, preparava-se o desfile para o Carnaval 2025! Os
sete miúdos presentes, muito franzinos, sem carimbo, mas de autocolantes com
o nome nos bonés, apressaram-se animadamente a vestir os fatos idênticos no
estilo, mas bem diferentes nas cores e nos adereços. Logo de seguida
colocaram as caraças e enfiaram os barretes na cabeça. O único adulto do
grupo, a “Holandesa”, supervisionava, mas também se equipou. Distribuiu as
luvas e o calçado por todos e recapitulou as regras, com um ar sério, de quem
não brinca em serviço. No dia
seguinte, os meios de comunicação implodiram! Mais do que os corsos e os
desfiles, o grande destaque de primeira página e abertura de telejornais ia
para o mais arrojado e o mais lucrativo roubo do primeiro quartel do séc.
XXI, ocorrido num lugarejo do Portugal profundo. Facto: antes
de colapsar, o sistema segurança, garantido por Inteligência Artificial,
registava a presença da Branca de Neve, no exterior, e de Sete Anões, que supostamente
teriam entrado pela tubagem de ventilação e retirado uma fortuna incalculável
do maior centro europeu secreto de lapidação de diamantes. Fontes: Blogue Repórter de
Ocasião, 31 de Agosto de 2025 Borda
D’Água do Conto Curto, Edições Fora da Lei, Ano de 2025 |
© DANIEL FALCÃO |
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