Autor Data 27 de Setembro de 1959 Secção Na Pista do Culpado [20] Competição Torneio
de Homenagem ao Policiário Português Problema nº 12 Publicação Ordem Nova |
CLUBE DE LITERATURA POLICIÁRIA Márvel Que
dizer a respeito do C.L.P. na habitual apreciação que antecede os problemas?
Apenas que é o único Clube Policiário oficial existente na Península e um dos
poucos da Europa. Dentro de breves números muito mais e melhor será dito
sobre o assunto. Alguns membros do C.L.P.
haviam sido convidados a deslocarem-se a uma quinta sita nos arredores de
Lisboa. Assim que lá chegaram teve lugar uma visita à propriedade, sendo o
dono o cicerone. Junto ao muro do fundo da quinta, existia uma ramada
suspensa que produzia, segundo o proprietário, uma famosa qualidade de uvas. – Qualquer dia – disse
ainda – hei-de plantar vinhas da mesma espécie
noutros locais da quinta. Regressaram. Outros
convidados, haviam chegado, e, feitas as
apresentações, o dono da casa lamentou que se tivessem atrasado, perdendo o
ensejo de conhecer a quinta. Em seguida foi oferecida aos visitantes uma
suculenta merenda. No final desta, saíram para
desentorpecer as pernas, «Big-Ben», Matias – um dos
do «outro» grupo – e dois filhos do proprietário, Manuel e Vicente. Meia hora
depois, este chegou esbaforido para declarar que o irmão estava morto sob a
ramada ao fundo da quinta. Todos correram a bom correr em direcção
ao local apontado, e 5 minutos depois encontraram o corpo. O pai e um dos membros do
«outro» grupo, que era médico, curvaram-se para o cadáver e verificaram o
óbito. O médico disse: – A morte ocorreu há 20
minutos, ou seja, às 4 horas, com possível diferença de segundos. – É melhor não mexer no
corpo antes da polícia chegar – avisou muito policiàriamente o dr. Joel
Lima. O médico e o pai da vítima
ficaram no local, enquanto os outros regressavam. Interrogado, Vicente disse
que andara por aí sozinho, até que pensara ir até ao fundo da quinta. Passara
por um alpendre pegado à casa e vira o «Big-Ben»
estendido sobre um monte de feno, muito pensativo. Perguntara-lhe as horas,
tendo obtido a resposta de que eram 4 menos 3 minutos. Depois, fora até lá
abaixo e… «Big-Ben»
continuava no mesmo lugar e confirmou o que Vicente disse, adiantando que não
saíra dali. Escutara um certo alvoroço desusado dentro de casa mas não
ligara, pensando que a paródia aumentara. Quando encontrara Matias,
muito entretido a atirar pedras para dentro do poço, disseram-lhe que o
Manuel fora encontrado morto dobe a ramada de uvas F… e se sabia alguma
coisa. Depois de pedir a explicação do que eram as uvas F…, ele disse que de
nada sabia. – Se pensam que fui eu que
o matei, desiludam-se. Estou aqui desde as 4 menos 5… Já vêem…
Além disso, como podia eu ter ido até lá ao fundo e regressado se não conheço
a quinta? – Agora, percebo tudo! – disse «Pássaro Bisnau», pouco depois, prestes a entrar em
casa. – Vocês sabem o que nos
estiveram a pôr à prova? – Isso é que é sagacidade,
amigo «Bisnau» - aplaudiu, de lá de dentro a voz de Manuel, o «morto». PERGUNTA-SE: – Como descobriu «Pássaro
Bisnau» que os estavam a pôr à prova? – Quem é o «culpado» e
porquê? |
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© DANIEL FALCÃO |
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