Autor Data Outubro de 1977 Secção Enigma Policiário [19] Competição I
Grande Torneio de Divulgação 2º Problema Publicação Passatempo [41] |
EU VI… Marvel «Eu?... Não fui eu, não. Garanto-lhe que não fui eu.
Confesso que queria roubar, mas matar… Matar não, não matei. Mas eu vi… eu
vi. Foi ele! Eu vi tudo…» «Vi-os entrar
juntos. Eles não me viram… eu estava escondido ao lado de um móvel.
Encaminharam-se para uma secretária. Falavam… O que morreu
pegou nuns papéis que entregou ao outro… Durante alguns minutos ele leu-os.
Depois começou a andar para aqui, e andar para ali… Parecia furioso…
gesticulava… gritava…». «O que dizia?
Não percebi nada, nem o que o outro dizia também. O que estava zangado
chegou-se à outra secretária, perto do sítio onde eu estava. Estendeu a mão …
Lentamente voltou-se para o outro. Caminhou para ele … Levava uma mão atrás
das costas e na mão … na mão segurava … um corta-papéis…»
«Depois…
aproximou-se do companheiro e… espetou-lhe uma… duas… várias vezes. Depois
olhou demoradamente para o corpo. Eu só o via de costas, mas quando ele se
voltou, começou a andar para a janela. E então eu vi-o… o luar batia-lhe em
cheio… eu vi-o… É este aqui. Foi ele que matou…» «Sim, tive
medo… Tive medo que me fizesse o mesmo… A cara dele estava horrivelmente
contraída… Encolhi-me mais… esperava a todo o momento que ele me encontrasse e… Estava aterrorizado… Mas ele não me viu… felizmente. E
foi-se embora…» «Eu?... Não!!! Palavra que não
fui eu… Eu não sou assassino… sou só ladrão… Ele sim… foi ele… eu vi…» Pergunta-se: O
depoente terá falado verdade? Porquê? |
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© DANIEL FALCÃO |
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