Autor Data Abril de 1980 Secção Enigma Policiário [49] Competição 1º
Grande Torneio de Fórmula Um Policiária e Torneio de Homenagem a Jartur Problema nº 4 | Grande Prémio do Porto Publicação Passatempo [71] |
UM ESPÍRITO METICULOSO… Mike Hammer A
Marqueza expirara há algumas horas e agora o médico
anunciava-me que D. Diogo falecera minutos atrás. A Marqueza,
e mais três habituais hóspedes, haviam lanchado nesse mesmo dia juntos e,
após todos terem comido compota de cereja, adoeceram gravemente. Apurara-se
que a Marqueza, possuidora de considerável fortuna
cujo único herdeiro seria D. Diogo, ingerira grande quantidade de compota
tanto mais que era sabido ser esta a sua predilecção.
Em poucas horas o seu estado deteriorara-se grandemente e a morte sobreveio,
apesar de todos os esforços do médico. O
idoso Dr. Schneider, médico toxicólogo, comera também apreciável quantidade
de compotas mas o seu estado não inspirava cuidado. Além da possível vingança
de uns negócios ilícitos em que se envolvera com a Marqueza,
nada mais sugeria o móbil do crime. Quanto
a Moura, da compota pouco comera. O crime passional não estaria afastado da
sua mente, turvada pelo desdém que a Marqueza
devotava à sua imensa paixão. Finalmente
Matilde, assistente devotadíssima do Dr. Schneider e único vínculo familiar
de D. Diogo, seu primo. Matilde, contra seu costume, comera bastante compota,
mas recuperara razoavelmente do abalo. O médico da polícia, Dr. Castro,
fizera-me notar umas curiosas marcas de picadas, situadas no braço esquerdo
de Matilde. Não lhe eram conhecidas tendências toxicómanas, mas enfim, nunca
se sabe… No
concernente a D. Diogo, o caso encontrava-se mais bicudo. O seu brandy
particular fora envenenado. Quando este regressou a casa, perante tal espectáculo mórbido, para se recompor, sorvera quantidade
medicinal do precioso líquido. A morte veio rápida. Que
tinha, pois, entre mãos? Um envenenamento por ptomaína retirada de sementes
de rícino, dois cadáveres e três suspeitos. Questionava-me quanto à ousadia
do assassino (tivera de se envenenar conjuntamente com as vítimas) e, por
consequência, quanto a certeza que o assassino tinha de não ser atingido
mortalmente pelo veneno?! Um espírito meticuloso, sem dúvida… Explique
minuciosamente as suas conclusões e deduções. Reconstitua o caso. |
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© DANIEL FALCÃO |
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