Autor

Sevetse

 

Data

19 de Fevereiro de 1976

 

Secção

Mistério... Policiário [49]

 

Competição

Interregno...

Prova nº 2

 

Publicação

Mundo de Aventuras [125]

 

 

UM PORMENOR QUE NÃO CONDIZ…

Sevetse

 

Era uma tarde de Verão… O inspector Fernandes estava no seu gabinete lendo o jornal, assim como o seu amigo o sargento Silva. Ouviu-se o telefone tocar e o sargento Silva foi atender. Depois de estar cerca de cinco minutos ao telefone voltou-se para o inspector Fernandes e disse:

– Houve um crime na rua 17. Pediram para irmos com a maior urgencia.

Sairam do gabinete e encaminharam-se para a rua. Entraram no carro do inspector e partiram para a morada indicada. Era uma casa terrea não muito grande e com as janelas a pouca altura do solo. Bateram à porta e logo a seguir o mordomo veio abri-la. Era um homem alto, cabelo grisalho, forte e usava óculos. Identificaram-se e aquele conduziu-os até à sala onde jazia o corpo do sr. Pereira, de costas e com um punhal no coração. O quarto estava um pouco desarrumado o que indicava ter havido luta. Junto da janela aberta havia urna cadeira, junto ao corpo havia uns óculos partidos e uns fragmentos de lentes divergentes que correspondiam aos fragmentos que faltavam nos oculos.

Entretanto aparece o sobrinho do falecido com umas lagrimas a teimarem cair e diz:

– Era um homem tão bom e generoso, não vejo quem lhe poderia querer mal.

– Deixemo-nos de sentimentalismos e contem-nos o que se passou – disse o inspector Fernandes.

Foi Jorge, o sobrinho do falecido, que respondeu.

– O meu tio gostava muito de se sentar à janela para admirar a paisagem. Como não via muito bem ao longe tinha que usar oculos. Esta tarde como quase todas as tardes estava sentado à janela e eu estava a fazer-me companhia, mas lembrei-me que tinha que arrumar uns livros no meu quarto e retirei-me.

Passado cerca de meia hora ouvi um grito na sala onde estava o meu tio. Vim imediatamente para aqui e quando cá cheguei deparei com o que estamos a ver agora. Corri para a janela mas não vi ninguém. Não toquei em nada. Está tudo tal e quando como quando entrei na saia. Quase logo a seguir chegou o mordomo.

O mordomo afirmou:

– Estava eu no jardim a tratar das flores quando ouvi um grito no outro extremo da casa. Larguei o que estava a fazer e vim a correr ver o que aconteceu. Quando cá cheguei o menino Jorge já cá estava. Fiquei tremendamente chocado com o que vi mas consegui telefonar aos senhores.

– Estamos na presença de um caso bastante difícil. Só temos como pistas os sinais de luta e os oculos partidos – disse o sargento Silva.

– É um caso difícil mas há um pormenor que não condiz com esta historia – disse o inspector Fernandes.

 

1 – De quem suspeitava o inspector?

2 – Qual o pormenor que o levou a suspeitar dessa pessoa?

3 – Faça a reconstituição do que se passou depois do crime.

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO