Autor

Viróbico

 

Data

Agosto de 1979

 

Secção

Enigma Policiário [41]

 

Competição

Torneio “Ubro Hmet"

2º Problema

 

Publicação

Passatempo [63]

 

 

PASSEIO INTERROMPIDO

Viróbico

 

Naquele domingo de verão, muito embora tivesse chovido bastante durante as últimas horas da madrugada, o certo é que, desde as primeiras horas da manhã, se fazia sentir um calor forte e sufocante.

Ao volante do meu carro, acompanhado de minha mulher e filhos, muito calmamente, em velocidade moderada, percorria aquela estrada comprida e quase deserta, a caminho da minha casa de campo que distava uns 80 kms do local da minha residência. Pouco mais ou menos a meio do caminho, deparei com uma motorizada caída e atravessada na estrada, e, a pouca distância, quase junto à berma, o corpo já sem vida do dono do motociclo.

Parei, saí do carro e fui ver o que tinha acontecido. Logo me apercebi que estava perante um crime, pois a vítima apresentava, além de algumas arranhaduras no rosto e nos braços, uma grande brecha junto ao parietal esquerdo, sem sombra de dúvidas produzida por objecto duro e pesado.

Àquela hora, dez horas da manhã, não se via qualquer movimento. No local, quase deserto, apenas se viam duas moradias perto uma da outra, e, junto às mesmas, dois carros estacionados… um FORD e um TOYOTA. O piso da estrada, completamente seco e escaldante, nada de anormal apresentava. Apenas duas poças de água debaixo dos carros estacionados, restos das chuvas que caíram durante a madrugada, e uma grande mancha de sangue já seco e deslavado, junto ao corpo da vítima. Sem perda de tempo, dirigi-me a uma das moradias e, daí, telefonei ao posto policial mais próximo, a fim de que mandassem um agente policial e uma ambulância.

Enquanto aguardei a chegada destes, inquiri dos proprietários dos carros, e ali residentes, algo que me pudesse esclarecer sobre este tão estranho caso.

O dono do FORD dissera-me que chegara por volta das 5 horas da madrugada, e que nada vira de anormal. Depois de estacionar o carro, recolheu a casa e não voltou a sair. Disse ainda que, quando chegou, chovia torrencialmente e, como ainda era escuro, pouco se divisava.

Por sua vez, o dono do TOYOTA afirmara que tinha chegado a casa, pouco mais ou menos, pelas 9,30 horas, e que não viu algo que pudesse chamar a sua atenção, pois, talvez, o caso se tenha passado depois de ter recolhido a casa.

Logo que chegou o agente judicial, pus este a par das diligências feitas, o qual, de acordo comigo, deu voz de prisão a um dos moradores.

 

PERGUNTA-SE:

1 – Quem é o acusado?

2 – Em que baseia a sua afirmação?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO