Problemas Problema nº 10 |
PROBLEMA Nº 10 ESTRANHA PESCARIA
| De: MDV (compilação editorial) A melhor hora para pescar é de manhã pensou
Borralho. Ele sempre fora madrugador e, àquela hora, não havia muito mais que
fazer, a não ser pescar por ali nas redondezas. Não havia mais ninguém ali,
além dele e dos peixes. A sua única competição seriam os jacarés, e
Borralho era mais esperto do que eles, assim o julgava. Borralho rolou para fora da cama, tirou um sumo do
frigorífico e enfiou os seus velhos sapatos de vela. Entre sair da cama e
entrar no barco, passaram-se cerca de dez minutos. São precisos anos de
prática para alguém ficar pronto para a pesca tão depressa. O céu do verão estava iluminado num tom suave de
azul. Borralho pensou que vivia, de facto, no paraíso, e
talvez vivesse mesmo no melhor sítio da Terra. De que mais precisava uma
pessoa? Além de pequeno-almoço, claro. Borralho tornou a lançar a linha para os densos
canaviais. Ao longo dos anos, tinha apanhado ali muito peixe de bom tamanho.
Um peixe mordeu, Num instante, Borralho puxou a linha para fixar o anzol e
começou a lutar com o peixe. – Caramba, este deve ser enorme! – disse ele em voz alta, para os pássaros. Depois disso, o peixe não se debateu muito, mas,
ainda assim, Borralho teve alguma dificuldade em puxá-lo, porque o peixe
estava sempre a ficar preso nas ervas. De olhos fechados e a salivar de
antecipação, Borralho deu um último puxão e içou o troféu para o barco. – Que raio? – O inesperado troféu que ele agora
tinha no meio do barco era um braço humano bem cortado. – Um dos velhos
Jacarés, que por ali andavam e que eram já bem conhecidos, voltou a atacar –
disse Borralho. E voltou para casa de imediato para ligar à Polícia. Os jacarés por ali naquela zona,
eram já culpados pela morte de três homens, no sapal. Mas, quando o Chefe Marçalo chegou, bastou-lhe
olhar uma vez para o braço para telefonar de imediato para o médico legista.
O braço tinha sido cortado pelo ombro. No antebraço, via-se um coração duplo,
tatuado, onde se liam os nomes «Silvestre e Noémia». – Aquilo não foi uma dentada de jacaré. Borralho.
Nem pensar. Estamos é perante um caso de homicídio. Como é que o Chefe Marçalo sabia que o braço não
tinha sido arrancado por um jacaré? Justifique …! As propostas de solução devem ser enviadas até 14 de Dezembro
para viroli@sapo.pt. |
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©
DANIEL FALCÃO |
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