I TORNEIO POLICIÁRIO

“PORTUGUÊS SUAVE”

SIMPLEX

 

 

 

 

Regulamento

Problemas

Problema nº 1

Problema nº 2

Problema nº 3

Problema nº 4

Problema nº 5

Problema nº 6

Problema nº 7

Problema nº 8

Problema nº 9

Problema nº 10

Resultados

Classificação Geral

 

 

 

PROBLEMA Nº 10

ESTRANHA PESCARIA | De: MDV (compilação editorial)

A melhor hora para pescar é de manhã pensou Borralho. Ele sempre fora madrugador e, àquela hora, não havia muito mais que fazer, a não ser pescar por ali nas redondezas. Não havia mais ninguém ali, além dele e dos peixes.

A sua única competição seriam os jacarés, e Borralho era mais esperto do que eles, assim o julgava.

Borralho rolou para fora da cama, tirou um sumo do frigorífico e enfiou os seus velhos sapatos de vela. Entre sair da cama e entrar no barco, passaram-se cerca de dez minutos. São precisos anos de prática para alguém ficar pronto para a pesca tão depressa.

O céu do verão estava iluminado num tom suave de azul.

Borralho pensou que vivia, de facto, no paraíso, e talvez vivesse mesmo no melhor sítio da Terra. De que mais precisava uma pessoa? Além de pequeno-almoço, claro.

Borralho tornou a lançar a linha para os densos canaviais. Ao longo dos anos, tinha apanhado ali muito peixe de bom tamanho. Um peixe mordeu, Num instante, Borralho puxou a linha para fixar o anzol e começou a lutar com o peixe.

– Caramba, este deve ser enorme! – disse ele em voz alta, para os pássaros.

Depois disso, o peixe não se debateu muito, mas, ainda assim, Borralho teve alguma dificuldade em puxá-lo, porque o peixe estava sempre a ficar preso nas ervas. De olhos fechados e a salivar de antecipação, Borralho deu um último puxão e içou o troféu para o barco.

– Que raio? – O inesperado troféu que ele agora tinha no meio do barco era um braço humano bem cortado. – Um dos velhos Jacarés, que por ali andavam e que eram já bem conhecidos, voltou a atacar – disse Borralho. E voltou para casa de imediato para ligar à Polícia.

Os jacarés por ali naquela zona, eram já culpados pela morte de três homens, no sapal.

Mas, quando o Chefe Marçalo chegou, bastou-lhe olhar uma vez para o braço para telefonar de imediato para o médico legista. O braço tinha sido cortado pelo ombro. No antebraço, via-se um coração duplo, tatuado, onde se liam os nomes «Silvestre e Noémia».

– Aquilo não foi uma dentada de jacaré. Borralho. Nem pensar. Estamos é perante um caso de homicídio.

 

Como é que o Chefe Marçalo sabia que o braço não tinha sido arrancado por um jacaré?

Justifique …!

 

 

As propostas de solução devem ser enviadas até 14 de Dezembro para viroli@sapo.pt.

 

© DANIEL FALCÃO