Problemas Problema nº 9 |
PROBLEMA Nº 9 BONS VIZINHOS | De: MDV (compilação editorial) Maria Antonieta viveu as sete décadas da sua vida na gelada Upper Península do estado do Michigan, no seio de uma comunidade portuguesa, pelo que aprendera a dar valor aos bons vizinhos. Com um frio de gelar, o seu vizinho Henrique Mendes conseguira ainda assim limpar a pesada neve do caminho de entrada de sua casa esta manhã bem cedo, enquanto ela fazia uma tarte de abóbora, para lhe retribuir o favor. A tarte ainda estava bem quente, quase saída do forno, quando ela decidiu entregar-lha. Maria Antonieta enfiou os pés num par de botas pesadas, vestiu um casaco grosso de lã e levantou o capuz para tapar a cabeça. Pôs também os velhos óculos, de fundo de garrafa, sobre o nariz, meteu as mãos nas luvas, pegou na tarte e saiu a bambolear pela porta da cozinha. Maria Antonieta avançou com cuidado pelo caminho recentemente limpo e atravessou a rua, confrontando-se com aquele imenso frio gélido da manhã, após ter nevado toda a noite. Respirando de forma irregular, tocou à campainha de Henrique. – Bem, não posso deixar a tarte cá fora – disse ela em voz alta. Maria Antonieta debateu-se com as luvas, mas lá conseguiu girar a maçaneta e abrir a porta. – Alô, alô! Henrique! Estás aí? – chamou ela ofegante devido ao esforço. Então, resolveu entrar, mas, ao fazê-lo, ficou completamente paralisada. Estava um homem ajoelhado ao lado do corpo imóvel de Henrique. O homem virou-se, olhou-a fixamente, pelo menos foi o que lhe pareceu pelo movimento, durante vários segundos e depois correu pela porta da cozinha, fugindo. Quando finalmente a ambulância e o xerife chegaram à cena do crime, Maria Antonieta disse-lhes o que sabia. – O Henrique Mendes foi atacado – explicou ela, numa voz fraca. Quando o xerife a pressionou para que fizesse uma descrição do atacante de Henrique, Maria Antonieta não conseguiu descrevê-lo bem, ao que o xerife estranhou bastante…! No entanto estaria Maria Antonieta a falar verdade
ao xerife … e porquê? Fundamente a sua resposta! |
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©
DANIEL FALCÃO |
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