I TORNEIO POLICIÁRIO

“PORTUGUÊS SUAVE”

SIMPLEX

 

 

 

 

Regulamento

Problemas

Problema nº 1

Problema nº 2

Problema nº 3

Problema nº 4

Problema nº 5

Problema nº 6

Problema nº 7

Problema nº 8

Problema nº 9

Problema nº 10

Problema nº 11

Problema nº 12

Resultados

Classificação Geral

 

 

 

PROBLEMA Nº 6

PAIXÃO ASSASSINA | De: MDV (compilação editorial)

Nazário abriu a porta e cambaleou para trás, quando foi atingido por um fedor que não se assemelhava a nenhum outro que já sentira.

Incapaz de respirar, ligou a ventoinha de teto e correu até uma janela aberta, mas ainda assim, tapou o nariz com a manga e passou a inspirar e a expirar em movimentos curtos.

Parecia que tinha passado por ali um furacão. Não só todos os móveis estavam de pernas para o ar, como havia jornais espalhados, plantas derrubadas, as duas portas de vidro que costumavam fechar a estante dos livros estava agora estilhaçadas e a alcatifa estava encharcada. Mas nada daquilo explicava o cheiro.

Nazário foi até à cozinha, onde deu com mais destruição, e viu o corpo de Helena deitado de costas no chão do mosaico. A cabeça dela tinha sido esmagada e ele viu logo o objecto que tinha sido usado como arma do crime: uma pequena estátua de Poseidon que Helena comprara na Grécia no ano anterior. A estatueta, que se encontrava junto da mão esquerda dela, estava completamente coberta de sangue. No fogão estava uma frigideira onde os ovos tinham solidificado, e Helena tinha uma espátula na mão direita. Pelo cheiro, podia dizer-se que estava morta há bastante tempo. Nazário tornou a enfiar no bolso a nota que ela lhe enviara. Perante tudo aquilo, o caso amoroso dele e a discussão que tinham tido deixavam de ser importantes.

Mais tarde, no passeio em frente ao apartamento de Helena, um Inspector da Polícia fez perguntas a Nazário, enquanto a equipa de investigação criminal recolhia provas dentro de casa.

– Eu vim cá porque ela me mandou uma carta há uns dias, na qual dizia que já não me amava, que tinha encontrado outra pessoa e que estava muito feliz – disse ele.

– Então você matou-a? – Perguntou o Inspector Belo.

– Não! Quero dizer, eu estava chateado, claro. Custou-me ler a carta, mas não a matei. Liguei várias vezes e deixei uma mensagem, no atendedor, dizendo que percebia e que podíamos ser amigos – respondeu Nazário.

– Como ela não atendeu o telefone durante dois dias, resolvi vir cá e falar com ela pessoalmente.

– Onde está essa carta?

Nazário tirou o envelope do bolso, e entregou-os ao Inspector.

– Eu mandei analisar a carta – disse ele, indicando a análise feita pelo Dr. Pedroso, que era grafólogo. – Ela não me podia amar. Ela era incapaz de sentir amor.

O Inspector Belo observou Nazário com cuidado, para ver se encontrava sinais de instabilidade mental, mas ele não parecia ser louco. Nazário tinha-lhe entregado uma carta muito bem dobrada. A primeira coisa em que o Inspector reparou quando a abriu foi de facto a caligrafia se inclinar muito para a esquerda e a tinta estar um pouco esborratada.

– Quando é que recebeu isto?

– Há alguns dias porquê?

– Não me parece que a sua ex-namorada tenha escrito essa carta. – Disse o Inspector.

– O quê? – perguntou Nazário, confuso .

 

Porque é que o Inspector Belo acha que não foi Helena que escreveu aquela carta?

Dê a sua opinião fundamentando-a!

 

As propostas de solução devem ser enviadas até ao dia 14 de Julho para viroli@sapo.pt.

 

© DANIEL FALCÃO