I TORNEIO POLICIÁRIO

“PORTUGUÊS SUAVE”

SIMPLEX

 

 

 

 

Regulamento

Problemas

Problema nº 1

Problema nº 2

Problema nº 3

Problema nº 4

Problema nº 5

Problema nº 6

Problema nº 7

Problema nº 8

Problema nº 9

Problema nº 10

Problema nº 11

Problema nº 12

Resultados

Classificação Geral

 

 

 

PROBLEMA Nº 2

PASSEIO NA ARRÁBIDA | De: MDV (compilação editorial)

Os montanhistas da ANPN (Associação Nacional dos Protectores da Natureza) reuniram-se, aproveitando o ar fresco da manhã, e conversaram em voz baixa enquanto bebiam café. A beleza de cortar a respiração que os rodeava exigia reverência e não galhofa. Pelo menos, era assim que Mariana pensava. Ou então estavam todos ensonados. Se Leonardo não chegasse em breve, partiriam sem ele.

Então, meu? Onde andaste? Perguntou Agostinho, estendendo a palma da mão para Leonardo lhe bater quando se aproximasse.

Leonardo baixou a cabeça.

Tive uma noite longa. Os outros homens fizeram ruídos sugestivos, que insinuavam o possível envolvimento de uma mulher. OK, OK, vamos, disse Leonardo.

O grupo encaminhou-se para o conhecido trilho da Cobra do Castelo de Palmela, para depois se dirigirem para o seu grande destino: Antenas da Arrábida. O grupo de montanhistas acabariam por chegar; ninguém tinha pressa. Mariana recusou deixar que Leonardo estragasse a caminhada. Ele sempre fora um idiota, até mesmo quando namoravam. Não havia razão para ela achar que Leonardo mudaria de repente.

Começaram a andar. Leonardo e Mariana ficaram na ponta final do grupo.

Porque é que não gostas de mim? Perguntou ele, como se não o soubesse. Leonardo tresandava a álcool.

Mariana esfregou o braço instintivamente, no sítio onde ele lhe deixara uma nódoa negra quando ela se recusou a ter relações sexuais com ele. Leonardo tirou um frasco do bolso e acrescentou umas gotas de uísque ao café. Depois ofereceu o frasco a Mariana e, quando ela recusou, voltou a pô-lo no bolso.

Mariana acelerou. Quando ele se apressou para a acompanhar ela disse-lhe: Não é que eu não goste de ti … na verdade, ela desprezava-o, mas não sabia como havia de lho dizer sem iniciar uma grande discussão. Naquele momento, eles estavam na base da grande Escarpa Verde da Serra da Arrábida.

Leonardo não se deixou enganar.

Se há coisa que consigo sempre dizer é quando uma miúda não gosta de mim. Tenho muita prática e sei reconhecer esse frio encolher de ombros, disse Leonardo sorrindo.

Alguns momentos depois, os outros caminhantes viraram-se e viram Mariana a correr para eles e a agitar as mãos freneticamente.

O Leonardo caiu! Gritou ela. Ajudem!

Duas agoirentas pegadas apontavam para a beira do precipício. O corpo de Leonardo estava 12 metros mais abaixo, a três metros da base da Escarpa Verde. Os investigadores encontraram o frasco dele a balançar na beira do precipício. Leonardo bateu com a cabeça três vezes durante a queda e o seu pescoço estava dobrado num ângulo surreal. A equipa de busca e salvamento do Parque Nacional da Arrábida acudiu de helicóptero e concluiu que Leonardo tinha sofrido um ferimento fatal na cabeça.

Quando interrogaram Mariana, ela disse aos investigadores que Leonardo tinha estado a beber muito.

Ele parecia um bocadinho tonto, disse ela, mas não me apercebi de que tinha recuado tanto para a beira da Escarpa. Gritei-lhe, mas foi demasiadamente tarde.

Mariana começou a chorar.

A culpa foi dela? Dê a sua opinião … fundamentando-a!

 

As propostas de solução devem ser enviadas até ao dia 14 de Março para viroli@sapo.pt.

 

© DANIEL FALCÃO