PÚBLICO – POLICIÁRIO Publicação: “Público” Coordenação: Luís Pessoa Data: 27 de Janeiro de 2002 |
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Campeonato Nacional Taça de Portugal 2001-2002 |
CAMPEONATO NACIONAL 2001/2002 SOLUÇÃO DA
PROVA Nº 4 O CASO DO DETECTIVE REFORMADO Autor:
A. Raposo É óbvio que o assassino terá de ser encontrado entre os “amigos” da vítima. A hipótese de suicídio é logo de afastar. Ninguém consegue matar-se – para mais com um golpe no pescoço – e esconder a arma do crime, limpando as impressões digitais. Para já, não nos esqueçamos que a vítima é inglesa, a viatura é inglesa, de ingleses e, portanto, teria forçosamente o volante à direita. Se a vítima ia ao volante, como seria normal, visto o carro pertencer aos seus pais, era de dois lugares – o “pendura” que a acompanhava ia à esquerda da vítima e com ela partilhou as cervejas Jansen. Para lhe produzir o golpe descrito, teria de ser canhoto. A vítima, ao tombar, encostou a cabeça ao vidro, pelo que o golpe foi desferido no interior da viatura. Mary preparara o farnel em função de quem a acompanhou. Daí as duas cervejas sem álcool. Quem a acompanhou não devia gostar de álcool ou não o poderia beber. Lá em casa, só Amélia, está nessas condições: tinha hepatite C e não podia beber bebidas alcoólicas, sob pena de graves consequências para a sua saúde. E como enfermeira, sabia-o melhor que ninguém. Joana tinha o álibi do trabalho, facilmente comprovado. E tinha escolhido Sagres para si. Tó Jó não tinha a mão direita operacional e não era esquerdino. Provou-se ao assinar o depoimento com a mão esquerda – a direita estava engessada –, fazendo apenas uns gatafunhos. Além disso gostava tanto de bebidas alcoólicas que dificilmente beberia uma cerveja sem álcool. Joaquim também não era esquerdino. A descrição da martelada no dedo assim o prova. E gostava do tinto! Resta-nos a Amélia, que não tinha álibi. Foi ela que o detective “viu” assinar com a esquerda, mas, dada a sua idade, não reparou… Estava mesmo a precisar de reforma… |
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© DANIEL FALCÃO |