PÚBLICO – POLICIÁRIO

 

Publicação: “Público”

Coordenação: Luís Pessoa

 

Data: 3 de Março de 2002

 

Campeonato Nacional

Taça de Portugal

2001-2002

 

Regulamentos

 

Prova nº 1

Prova nº 2

Prova nº 3

Prova nº 4

Prova nº 5

Prova nº 6

Prova nº 7

Prova nº 8

Prova nº 9

Prova nº 10

Prova nº 11

Prova nº 12

 

Resultados

 

 

CAMPEONATO NACIONAL 2001/2002

 

SOLUÇÃO DA PROVA Nº 6

 

A MORTE DO CHARADISTA

Autor: Janes

 

Toda a aparência do cadáver indiciava que tinha havido um ataque cardíaco, já que o Januário Pinto sofria do coração, como mostrava o escuro debaixo das unhas. Mas ouvir da boca da D. Adozinda que o patrão ultimamente temia ser assassinado fez com que inspector Alex Cruz voltasse com mais atenção ao último trabalho do velho e aí encontrasse a solução, na quadra completa e no fragmento da outra:

“É com este fio de cobre / Que ligo à corrente o rádio / Para ouvir o relato / Que emite qualquer estádio.”

Pegando na última sílaba da última palavra de cada um dos versos (Cobre = Cuprum = CU; Rádio = RA; Relato = RE) ficamos com CURARE, um veneno violentíssimo quando aplicado directamente no sangue.

Ora, quem senão o Simão, que tinha estado longos anos no Brasil, poderia ter facilidade em arranjar o veneno?

E parte da outra quadra reforça esta conclusão:

“Vem a sétima em primeiro / E a extremidade do braço / Daquel…”

A sétima nota musical SI e a extremidade do braço, MÃO. Logo, SIMÃO, em cujo quarto foi encontrado o cone como alfinete e posteriormente o frasco com o veneno. Acresce ao já referido o facto de bororé ser sinónimo de curare.

Factos credíveis:

– Os empregados estão fora de qualquer suspeita, pois não lhes interessava nada – com aquelas idades – que o patrão morresse.

– Ao Fernando Pinto, muito menos! Ainda se o testamento já tivesse sido feito…

– Quanto ao Manuel, teria de gastar montes de cones com alfinetes para atingir os “quatro” cães, tal o seu estado.

Resta o Simão, que atraiu os cães com a carne, atingindo-os depois com os alfinetes impregnados de curare, soprados por um tubo de madeira, metal ou plástico. Depois, atingiu o tio da mesma forma. O resto foi encenação. Atirou pedaços de carne aos cães – já mortos – do lado de fora do portão para o lado de dentro. No caso de surgirem suspeitas de crime as atenções serem desviadas para alguém do exterior

O móbil do crime foi, certamente, o testamento do ancião, para evitar que o mesmo se concretizasse.

 

 

© DANIEL FALCÃO