PÚBLICO – POLICIÁRIO Publicação: “Público” Coordenação: Luís Pessoa Data: 31 de Dezembro de 2005 |
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Torneio Rápidas para Experimentar 2005-2006 |
TORNEIO RÁPIDAS PARA EXPERIMENTAR PROVA Nº 2 O ÚLTIMO NEGÓCIO DO ANO Autor: Inspector Fidalgo
O Manuel é um empresário de pouco sucesso que, de uma forma geral, não consegue realizar o seu sonho de ser rico em pouco tempo e, se calhar, nem em muito tempo. Certamente que há algum erro na escolha da actividade, o que vai fazendo com que a fortuna esteja cada vez mais longe. A história que lhes vou contar passou-se hoje mesmo, há pouco mais de uma hora e é bem demonstrativa daquilo que acabei de dizer. Como disse, há cerca de uma hora, o Manuel telefonou ao seu grande amigo Florêncio para lhe pedir que lhe desse uma ajuda e lhe facultasse uma certa verba, sob pena de perder um grande negócio: – Florêncio, é muito importante e simples. Há um comerciante
chinês que tem uma enorme quantidade de aparelhos de alta tecnologia para
vender, tudo legal, e vende-me a mim a um bom preço. Sabes, o tipo atrasou-se
com a compra e quando chegaram já o Natal tinha passado e portanto, está
pronto a vender-me muito – Está bem, Manuel, mas para quê a pressa? – O tipo diz que tem de partir ainda hoje, tem bilhete de avião e tudo e amanhã vai sair uma notícia no PÚBLICO sobre este mesmo aparelho. Por isso, assim que o jornal sair, certamente que vai haver uma corrida desenfreada, o preço vai subir e com esta quantidade, estou garantido… – Tens a certeza que é seguro? A notícia vai dizer o quê? – Ora, a notícia é de um técnico especialista que vai dizer que estes aparelhos têm uma excelente qualidade e desempenho… Vai ser uma corrida ao produto e se eu comprar a este preço, posso vendê-lo pelo dobro… Só preciso é do capital, imediatamente, para ir buscar os aparelhos… O Florêncio sabia que o amigo não tinha grande habilidade para os negócios e por isso complicou propositadamente a situação e foi ter com o amigo com o pretexto de lhe levar o dinheiro. Quando falaram com o comerciante chinês, Florêncio ouviu da boca dele a mesma história. Depois de verificar o material que ia ser vendido ao amigo, não teve dúvidas de que o preço até nem era mau, em função das características do produto, mas o negócio não ia ser tão rentável como o amigo julgava, nem a corrida aos aparelhos ia ser como ele apregoava, porque… 1 – Os aparelhos não estavam em boas condições; 2 – Os aparelhos não iam ser noticiados como o chinês apregoava; 3 – Os aparelhos não tinham etiqueta de origem; 4 – Os aparelhos não funcionavam com a nossa electricidade. |
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© DANIEL FALCÃO |