PÚBLICO – POLICIÁRIO Publicação: “Público” Coordenação: Luís Pessoa Data: 12 de Março de 2006 |
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Torneio Rápidas para Experimentar 2005-2006 |
TORNEIO RÁPIDAS PARA EXPERIMENTAR PROVA Nº 6 NAMORO ATRIBULADO Autor: Inspector Fidalgo O João chegou à escola naquela segunda feira, em grande alvoroço. Não conseguia entender o motivo que levara um dos seus amigos a fazer-lhe aquela desfeita! Em poucas palavras, conta-se a história: o João andava apaixonado pela Teresa, mas a sua timidez impedia-o de fazer uma abordagem directa, até que, depois de muito andar às voltas, acabou por se apetrechar com a dose indispensável de coragem e esperou por ela à porta da sua casa, logo pela manhã, à hora de ir para as aulas e acabou pedindo-lhe namoro. Qual não foi o seu espanto ao ouvir da boca dela que já sabia, porque um dos amigos do João a tinha alertado, na véspera, no café, dizendo-lhe que ele era muito tímido mas que gostava dela. O João convocou os seus amigos, determinado a saber qual deles se tinha metido onde não era chamado: – Senti-me muito envergonhado pela figura que um de vocês me obrigou a fazer perante a Teresa e quero saber qual de vocês provocou isto tudo. Portanto, Carlos, Tó, Zeca e Nico, toca a dizer o que fizeram ontem… E ouviu um de cada vez e em privado. O Carlos justificou-se, dizendo que estivera a estudar na véspera e não tivera tempo para mais nada. Os exames estavam à porta e ele tinha andado a cabular uma grande parte do ano e não podia continuar assim, ou acabava com um valente chumbo! Nem sequer saíra de casa e muito menos fora ao café. O Tó foi dizendo que não sabia de nada do que se passara, aproveitara a véspera para ir até à praia porque tinha sido o primeiro dia do ano capaz de se fazer praia e bronzear um bocado. As ondas estavam boas e deu mesmo algumas mergulhaças, passando lá todo o dia. Não esteve com a Teresa, nem a viu sequer. O Zeca disse que andou por aí, que até estava no café e viu a Teresa entrar, com umas amigas, mas não lhe falou sequer. Depois foi à casa de banho e quando regressou ia a Teresa a sair e ele ainda lá ficou. Pensou ir até à praia, mas acabou por se ficar pelo café, foi ao cinema ver uma comédia, onde encontrou o Nico e depois foram para casa dele jogar no computador. O Nico revelou que tivera um dia muito aborrecido, sem nada para fazer. Só à tardinha é que encontrou o Zeca no cinema e foram jogar para sua casa. Não viu a Teresa durante todo o dia. O João juntou os amigos e olhou cada um deles nos olhos. Notou que o Carlos estava divertidíssimo, fazendo das tripas coração para não desatar às gargalhadas; que o Tó estava pálido, quase a desmaiar, se calhar com as mentiras que disse; que o Zeca sorria e ia dizendo que não tinha nada com a coisa; que o Nico brincava com umas chaves e sorria de gozo. Foi então que o João disse, alto e bom som: – A Teresa aceitou! Vamos beber um copo! E todos mandaram vivas e foram alegremente comemorar… Mas quem terá avisado a Teresa? O João já sabia, ou não? Foi o Carlos, o Tó, o Zeca ou o Nico? |
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© DANIEL FALCÃO |