PÚBLICO – POLICIÁRIO

 

Publicação: “Público”

Coordenação: Luís Pessoa

 

Data: 26 de Fevereiro de 2006

 

Torneio Rápidas para Experimentar

2005-2006

 

Regulamentos

 

Prova nº 1

Prova nº 2

Prova nº 3

Prova nº 4

Prova nº 5

Prova nº 6

 

Resultados

 

 

TORNEIO RÁPIDAS PARA EXPERIMENTAR

 

PROVA Nº 5

 

FOI UM RAIO QUE O PARTIU

Autor: Rip Kirby

 

Naquela noite de sábado para domingo Francelino Furtado, vindo do Bairro Alto onde passara umas horas agradáveis, descera a Calçada da Glória e agora, parado na placa central da Avenida da Liberdade, aguardava que acendesse o verde do semáforo para atravessar. Eram 2h30 da madrugada, o trânsito era pouco, estava um pouco tocadinho, mas sempre tivera muito cuidado para fazer aquela travessia, não fosse o diabo tecê-las.

Finalmente o sinal abriu e Francelino iniciou a travessia da avenida, pensando:

– Estive ali tanto tempo parado e não passou nem um carro. Quem me visse devia pensar que sou parvo.

Ia já no último quarto da faixa de rodagem quando, vindo do lado dos Restauradores, surgiu um carro em alta velocidade.

A pancada foi tão forte que Francelino foi lançado a mais de 20 metros de distância. Nem teve tempo para soltar um grito, pois quando voltou a tocar no solo já estava morto. Entretanto a viatura que o atropelou perdia-se ao longe, para os lados do Marquês.

Pouco depois, alertada por um motorista, que, passando no local, avistara o corpo caído no asfalto, chegou a polícia que tomou conta da ocorrência.

Àquela hora não se via quase ninguém na avenida, mas mesmo assim foi possível encontrar algumas pessoas que diziam de sua justiça. Ninguém estava de acordo quanto à marca do carro mas quanto à cor as opiniões eram unânimes. Era um carro negro.

Um dos agentes, quando passava uma busca aos bolsos de Francelino na tentativa de encontrar algum documento que o identificasse ou um endereço para onde comunicar o ocorrido, encontrou, preso no pullover de lã do morto, por altura da cintura, um estranho objecto. Tratava-se de um círculo, em alumínio ou antimónio cromado, com cerca de 8 cm de diâmetro ou pouco mais, cortado ao meio por aquilo que parecia ser o símbolo de um raio.

De investigação em investigação, de pergunta em pergunta a polícia acabou descobrindo quatro automobilistas que passaram na Avenida da Liberdade mais ou menos à hora em que aconteceu o atropelamento, conduzindo um carro negro, tendo sido um deles o autor do atropelamento.

Eram eles:

1 – Sebastião Peralta, administrador de empresas, que tinha um Mercedes negro. Passara de facto na Avenida da Liberdade naquela noite, mas não se lembrava da hora. Vinha com a esposa de uma festa no Estoril.

2 – Paula Larissa Stancioli, cidadã brasileira, dentista. Encontrava-se em Portugal havia já algum tempo e tinha um Vectra negro de matrícula brasileira. Não sabia exatamente a hora a que passara na avenida, mas já era tarde. Vinha de casa de uns compatriotas, na margem sul, onde tinha estado num churrasco.

3 – Amadeu Cavaco, funcionário público aposentado. Tinha um Fiat Panda. Passara realmente na Avenida da Liberdade naquela noite. Vinha do hospital de S. José onde tinha ido devido a uma cólica e dirigia-se para casa no Largo do Rato. Não reparou na hora a que isso havia sido, pois vinha demasiado irritado pela maneira como tinha sido atendido no hospital.

4 – Nélson Caparica, jogador de futebol. Tinha um Corsa. Naquele dia à tarde tivera um jogo e depois fora com uns amigos para o Cais do Sodré, onde estivera até tarde. É possível que naquela noite tivesse passado por ali para ir para casa em Moscavide, mas o caminho que habitualmente ele fazia era por Cabo Ruivo.

Sabemos que numa outra diligência feita pela polícia um destes carros foi encontrado gravemente danificado na sua parte dianteira.

Qual deles foi:

 

A – O Fiat Panda?

B – O Mercedes?

C – O Corsa?

D – O Vectra?

 

SOLUÇÃO

 

 

© DANIEL FALCÃO