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VI Convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade Informações Complementares aos Concorrentes Fase Preparatória do Futuro Grande Romance 0. – CARTA DE
MARY LOU À TPL | A. Raposo 1. –
PRIMEIRA CARTA DE NELINHA | Zé |
CAPÍTULO 1. PRIMEIRA CARTA DE NELINHA Zé
Como é que a
flausina que eu conheci a vender peixe podre no Bolhão poderia escrever uma
carta com aquele palavrório de filósofo nefelibata (está bem escrito o
palavrão que me ditaste, bichinho?)… Quem terá sido
o finório que te escreveu o bilhete, rica? Foi algum velhote editor de
enciclopédias, a quem tu arejas as notas, matrafona?
Que tu, se fizeste a 4ª classe foi nas Novas
Oportunidades e por correspondência, Lou-Louzinha… Tens o
desplante de dizer que eu faleci. Eu?! E morta, como tu, pelo Tempicos???!!!
O Tempicos, se mata alguma coisa é o bicho, todas
as manhãs, e é um pau! Um pau? No caso dele, um pau de fósforo de cera!
Alembras-te deles, mulher? Quanto mais os esfregavas na caixa mais eles se
dobravam e nem o lume acendias, maljeitosa… Eu… morta? E
no céu, claro!!! Nem pó, minha! Não estou no céu,
mas no paraíso, que é um pouco mais ao lado. No meu caso, até é um paraíso
fiscal, onde vou torrando a enorme fortuna daquele tanso
que me tirou da vida… Vou espalhando
uns dólares, uns euros, o que calha, pelos meus seis assessores – um para
cada dia da semana, já que, ao sétimo dia (como dizem as escrituras),
descanso… nos braços da minha assessora preferida, a quem vou (também)
ditando parágrafos da minha biografia, que aparecerá nos ecrãs de todo o
mundo, mais dia, menos dia. Está lá muita
gente conhecida e que já vai dormir mal esta noite. Do que digo do Tempicos, já ficou a amostra. Vou falar de
uma célebre adega, numa fresca e piscosa Serra, onde o dono andava atrás de
mim, de gatas. De gatas, sim, porque já não levantava nada daquele corpanzil! E aquele playboyzito que tantas vezes me levou, no vermelhão,
rampa do Caramulo acima! Despistávamo-nos sempre, porque ele, além de
conduzir tão mal que até dói, só ribanceira abaixo conseguia dar umas
cambalhotas de jeito. Era um tolo, tão tolo que nem os rails o paravam.
Quando os airbags apareciam, até os olhos se lhe riam, tadito! O clero também
não escapa e, obviamente, vou falar do fradesco que passava a vida a querer
levar-me para o confessionário, mas, na hora da verdade, a cortina não subia… Por hoje, fico
por aqui, na amostra, esperando que a Katinha,
minha filha (do destino e do azar!!!), não siga as
pisadas das mulheres da família, que subiram todas na vida… na horizontal! E cala-te,
boca, que ainda te censuram o relambório!!!… Esperem pela
próxima, que ainda há muitas no sítio de onde estas vieram… Nelinha da
Purificação P. S. : Um aconcritófono também para ti, Maryzinha
da Louzinha! Quem não te
conhecer que te compre… Fontes: Blogue Repórter de
Ocasião, 28 de Dezembro de 2025 MARY LOU, MARY LOU
– Onde estavas tu?, Edições Fora da Lei, Ano de 2010 |
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© DANIEL FALCÃO |
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