PÚBLICO – POLICIÁRIO

 

Publicação: “Público”

Coordenação: Luís Pessoa

 

Data: 12 de Março de 2006

 

Campeonato Nacional

Taça de Portugal

2005-2006

 

Regulamentos

 

Prova nº 1

Prova nº 2

Prova nº 3

Prova nº 4

Prova nº 5

Prova nº 6

Prova nº 7

Prova nº 8

Prova nº 9

Prova nº 10

 

Resultados

 

 

CAMPEONATO NACIONAL 2005/2006

 

SOLUÇÃO DA PROVA Nº 3

 

A MORTE DO PLAYBOY

Autor: Rip Kirby

 

Antes de ser assassinado, Godofredo Rodrigues de Sousa, enquanto falava com quem o ameaçava, talvez na tentativa de ganhar tempo, referiu por várias vezes o nome de Cristina e desenhou duas coroas. Isto iliba de imediato a Maria Rosa e confirma que o crime só foi praticado depois das 13h30.

O inspector Eduardo Trindade que, perante aquele nome, esperava uma investigação rápida depressa verificou que se enganava. Afinal as Cristinas, na vida de Godofredo, eram sete. Contudo este ainda nos deixou outra pista, desenhando duas coroas.

A coroa é um símbolo de realeza, nobreza, etc., etc…, pelo que, ao desenhar aquele símbolo, Godofredo está a indicar-nos que a sua assassina é uma das Cristinas que tem como apelido uma palavra que designa um título aristocrático. Das sete Cristinas que encontramos, uma, a Olga Travassos, fica de fora desse grupo por não possuir um apelido com qualquer designação desse género.

Ficamos portanto com seis Cristinas potencialmente suspeitas do crime mas mesmo neste ponto o Godofredo deu uma ajuda ao desenhar duas coroas e não apenas uma. Procedendo assim, ele indica-nos um plural o que nos leva para o apelido Reis. São duas as Cristinas com o apelido Reis, portanto plural, mas esta particularidade está também no próprio apelido. Reis é plural de rei.

Isto elimina as Cristinas Conde, Barão, Duque e Marquês.

Ficam apenas duas possíveis culpadas. Clara Cristina Reis de Carvalho e Maria Cristina Reis.

Clara Cristina afirma que se sentiu indisposta não tendo saído de casa nem tendo visto ninguém. Portanto sem possibilidade de confirmar o seu álibi. Para agravar a sua situação, a Cristina Duque diz que tentou ligar para ela mas não foi atendida.

Já a Maria Cristina Reis parece ter um álibi imbatível. Às 15h30 estava em Olhão como atesta o talão do posto de combustível onde abastecera o carro, mas…

Há sempre um mas: Maria Cristina mente. Ela afirma que, em Olhão, foi a uma agência bancária tratar de um assunto, mas o dia 16 de Junho é o dia feriado municipal desta cidade, pelo que os Bancos se encontram encerrados.

Possivelmente ela nem entrou em Olhão. Viria de passagem e abasteceu o carro em algum dos postos de abastecimento existentes na EN125 à entrada ou saída de Olhão. Se ela tivesse estado na cidade, ter-se-ia apercebido que ali era feriado. Ora, se ela mentiu é porque alguma culpa tem no cartório.

Mas ainda se poderá colocar a questão sobre a impossibilidade de ela se encontrar em Tavira a horas de cometer o crime, sendo que é certo que às 15h30 ela estava mesmo à saída de Olhão. No entanto, isso também pode ser rebatido. Entre Olhão e Tavira medeiam 23 quilómetros, distância essa que pode ser percorrida em 15 minutos sem velocidades exageradas. Podia portanto estar em Tavira a horas condizentes com aquela apontada pelo médico legista como hora provável do crime.

 

 

© DANIEL FALCÃO