Publicação: “Público” Data: 14 de Agosto de 2011 Campeonato Nacional 2011 Taça de Portugal 2011 Provas
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CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL 2011 PROVA Nº 8 (PARTE II) QUEM MATOU A RAFA(ELA)? Autor: Daniel Falcão Tudo aconteceu no final da tarde de uma sexta-feira, 13. Quando todos se preparavam para mais um fim-de-semana primaveril, foi encontrado o corpo de Rafaela Pacheco, professora de Química. Rafa, para os colegas de trabalho. Se ninguém tivesse passado pela sala contígua à sala dos professores, a mesma sala onde os directores de turma habitualmente recebem os encarregados de educação, o corpo só seria encontrado na manhã de segunda-feira. Felizmente, se é que se pode recorrer a um termo destes neste género de circunstâncias, alguém lá entrou e gritou, depois de ver aquele cenário horrível. Não era preciso ter muita experiência para aventar o que teria acontecido naquela sala. A vítima teria sido empurrada brutalmente contra a esquina de um móvel alto onde batera com a testa, provocando-lhe um ferimento muito feio, tendo dele jorrado uma grande quantidade de sangue. O homicida, assustado com o resultado do seu acto, ter-se-á retirado da sala. O rasto de sangue no chão da sala permitia concluir que a morte não fora imediata e que a vítima ainda se deslocara até próximo de uma das portas. Muito provavelmente, já sem forças, resolvera rabiscar no chão, com o dedo em sangue, alguns algarismos. Ao lado da sua mão direita, escrito com sangue, estava o seguinte: 5-8 5-16. A investigação decorreu célere, ainda naquele dia e durante a manhã de sábado. Depois de escutadas muitas das pessoas – professores, funcionários, alguns alunos – que estavam na escola naquela sexta-feira, 13, foram detidas quatro professoras para mais averiguações: Renata Santos, professora de Francês, também conhecida por René; Rita Nogueira, professora de Português; Rosa Antunes, professora de Geografia; e Rute Magalhães, professora de Matemática. Eis alguns dos elementos recolhidos a partir dos respectivos depoimentos, nomeadamente sobre o que tinham feito na aula que antecedeu o momento em que foi encontrado o corpo e o que recentemente estavam a leccionar. René – Como estava com uma infecção urinária, precisava de ir constantemente à casa de banho. Durante a aula saíra por duas vezes. Curiosamente, de ambas as vezes vira uma colega seguir na direcção da sala dos professores: a Rita, primeiro, e a Rosa, depois. Pareceu-lhe que nenhuma delas se apercebera que fora vista, embora a Rosa olhasse constantemente para a sua direita e para a sua esquerda. Nas aulas, estava a fazer uma revisão do conjuntivo dos verbos. Rita – Durante a aula apercebera-se que se esquecera dos trabalhos dos alunos. Voltara à sala dos professores onde os tinha deixado. Chegou, entrou, dirigiu-se ao seu cacifo e, recolhendo os trabalhos, regressou à sala de aula. Não se lembra de ter visto ninguém. As aulas mais recentes estavam a ser dedicadas a Os Lusíadas. Rosa – Saíra da sala dos professores sem levar com ela um mapa-mundo que representava de uma forma muito elucidativa as longitudes e as latitudes de vários países. Era este o tema das últimas aulas. Por isso, tivera de regressar à sala dos professores. Não viu nem ouviu nada, enquanto lá esteve. Rute – Também saiu da sala de aula, depois da aula se iniciar. Precisou de ir à casa de banho e não se aproximou da sala dos professores. Regressou sem ter visto ninguém. Os alunos estavam a aprender a teoria das probabilidades. A investigação permitiu ainda apurar que Rafa, René, Rita, Rosa e Rute, além de serem amigas e estarem informadas sobre o que cada uma estava a leccionar, partilhavam uma paixão comum: o director da escola. Parecia estar encontrado o móbil do crime! Pergunta-se: quem matou a Rafa(ela)?
A – René B – Rita C – Rosa D – Rute |
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DANIEL FALCÃO |
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