Publicação: “Flama” Data: 20 de Junho de 1958 II Torneio Nacional de Problemística Policiária Clube Literatura
Policial
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II
TORNEIO NACIONAL DE PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PROBLEMA EXTRA DIÁLOGO EM ABSTRACTO Autor: Sr. Sabe-Tudo:
- Querem então um problema policial que possa servir para o desempate? Júri: - Exactamente! E nem calcula como estamos atrapalhados... Sr.
Sabe-Tudo: - Calculo, claro que calculo! É mesmo por isso que lhes vou atendero pedido. Antes, porém, uma advertência e uma
imposição. Júri: -
Estamos por tudo. Sr.
Sabe-Tudo: - Imponho que os senhores façam também alguma coisa. Apenas isto:
uma série de questões sobre Literatura Policial Júri: -
Plenamente de acordo. Sr.
Sabe-Tudo: - Advirto que ao problema, a seguir apresentado, basta responder
indicando quais as razões porque o assassino compreendeu que a mentira fora
descoberta. Nem sequer vale a pena provar a inverosimilhança do caso, porque
ela é, por demais, evidente. Júri: -
Tomamos boa nota. Sr. Sabe-Tudo:
- Então aqui tem o problemazinho que, aliás, é uma
mera variante de um conto que li há uns bons tempos: «Às 14
horas começou a chover. Cinco minutos depois foi cometido o crime. Quando a
Polícia chegou, após dez minutos, já não chovia. O
assassino subira de automóvel a íngreme calçada. Travou e desligou o motor;
mais neda. Gola da gabardine
levantada para encobrir o rosto. Correu escadas acima. Liquidou, com um lenço
apertado à volta do pescoço, a vítima. Um grito
horrível sacudiu o prédio. O assassino apareceu logo. Declarou que fora ele
quem gritara. Ao
agente que o interrogou, ainda no local do crime, disse que chegara antes da
chuva. Portas da rua bastante próximas. Um engano no prédio. Ninguém no andar
a que batera. Consequente demora. Lembrou-se, então, de que o amigo vivia no
prédio ao lado. A porta estava apenas encostada. Entrara. E gritou ao ver a
cena. O
cadáver, o assassino e o agente saíram para a rua ao mesmo tempo. O cadáver
seguiu numa ambulância. O agente
entrou no carro do assassino e disse-lhe para o conduzir à esquadra. Motor
ligado. Em marcha. O agente olhou para trás. Pavimento molhado também no
sítio onde estacionara o automóvel. O assassino compreendeu o seu duplo
erro...» Júri: -
É tudo, claro? Sr.
Sabe-Tudo: - E já disse coisas a mais... Agora é a vossa vez: cedo-vos a
palavra. Júri: -
Para começar, um esclarecimento: estas questões sobre Literatura Policial
destinam-se, apenas, a um possível desempate de concorrentes que tenham
resolvido bem o problema. Sr.
Sabe-Tudo: - Quer dizer: quem acerte só no problema bate quem tiver acertado
só no teste. Júri: -
É isso! Sobre esses dois, no entanto, ainda terão vantagens os que responderem
bem às duas partes. Sr.
Sabe-Tudo: - Compreensìvelmente... Júri: -
Sete afirmações, certas ou erradas? E porquê? Três perguntas. Sr.
Sabe-Tudo: - Vamos a isso! Júri: -
Aqui estão: 1) - Com
que nomes, costuma John Dickson
Carr assinar as suas obras? 2) -
Agatha Christie também escreveu alguns romances
«cor-de-rosa» que bastante ajudaram a divulgar o seu nome. 3) - «Do
Assassínio Como Uma das Belas Artes» é das mais irónicas obras de Chesterton. 4) -
Martin Porlock» e «Oliver Fleming» são pseudónimos
de que famoso escritor policial? 5) -
Anthony Barkeley escreveu apenas quatro histórias
curtas com o seu detective Roger Sheringham. 6) - Rosika Store foi uma das
primeiras senhoras que se dedicaram a escrever histórias policiais. 7) -
Três nomes, três pseudónimos: Francis Iles, David
Durham, S.S. Van Dine. 8) - Sob
que pseudónimo criou Craice Rice o detective
Melville Fairr? 9) Dorothy Sayers publicou os
contos de Lord Peter Winsey em três volumes, mas
deu ainda à estampa um outro não incluído em livro. 10) -
Jean Dollent foi um dos múltiplos nomes com que
Maurice Leblanc nos apresentou o seu Arsénio Lupin. Sr.
Sabe-Tudo: - Não se pode dizer que seja difícil... Júri: -
É também a nossa opinião. |
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©
DANIEL FALCÃO |
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