Publicação: “Flama” Data: 10 de Janeiro de 1958 II Torneio Nacional de Problemística Policiária Clube Literatura
Policial
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II
TORNEIO NACIONAL DE PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PROBLEMA Nº 1 UM CASO FÁCIL Autor: Inspector Maigret Trata-se
de mais um caso, um caso vulgar, sem aspectos
complicativos: o morto, um vadio qualquer, «cosido» a golpes de lâmina aguda
num beco escuro dum bairro mal-afamado, onde as rixas eram o “pão nosso de
cada dia”; aquela devia ter ocorrido cerca das 17 horas duma escura tarde de
Inverno. E, à
semelhança de muitos outros casos não complicados, aquele fora também para o Inspector X… Os
suspeitos alinhavam frente à secretária do Inspector,
que acabara de ler as primeiras notas; lá estavam todos: o Manuel e o
“Vaquinhas”, companheiros habituais e sócios da vítima nos seus escuros
negócios, Afonso, um parente afastado daquele, com quem, havia muito, andava
desavindo, e Joaquim, impressor num grande matutino, vizinho do morto. O Inspector X… olhou-os demoradamente e depois começou,
guardando um, deliberadamente, para o fim: – Bem!
Vocês dois! Onde estavam às 17 horas de ontem? Manuel e
Augusto, o “Vaquinhas”, entreolharam-se assustadamente;
o primeiro tentou, depois, balbuciar qualquer coisa, mas já o inspector tocara a campainha, chamando um guarda: – Leve
estes dois e conserve-os sob prisão!... Em
seguida, e bocejando, virou-se para um dos que ainda permaneciam na sala: – E
você? Onde estava àquela hora? – Eu cá
tinha ido ao jornal; podem perguntar ao porteiro, que me viu sair… – Sim,
já nos certificámos disso… – O Inspector suspirou
(sempre a rotina) – Mas o que é que foi lá fazer? – Bem…
como estou lá há pouco tempo… aproveitei para ir limpar os rolos da
impressora… A inquirição
estava a terminar; X… de testa franzida, olhou o
Afonso: – E nós?
Que temos a dizer? O outro
gaguejou atabalhoadamente: – É
mentira… Não fui eu que o matei!... Não fui… O Inspector sorrindo, quedou-se a meditar: o caso estava já
resolvido. E afinal não fora mesmo nada complicado – com certeza que o
culpado não premeditara o seu delito… Pergunta-se:
O que é que deu ao Inspector a solução? |
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©
DANIEL FALCÃO |
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