Publicação: “Flama”

Data: 8 de Agosto de 1958

 

 

II Torneio Nacional

de Problemística Policiária

 

Clube Literatura Policial

 

 

 

 

II TORNEIO NACIONAL DE PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA

 

SOLUÇÃO DO PROBLEMA Nº 7

 

LÚCIFER INTERVEIO NA HISTÓRIA

Autor: Sete de Espadas

 

a) O assassino foi Flamínio.

b) Lerroux não podia ser: tão nervoso e desajeitado nos gestos (tombara uma jarra ao narrar o seu caso passional) não podia ter praticado um crime que não deixou rasto.

c) Bernard também não: a ponta do charuto, fora trincada, e o capitalista havia 4 dias que extraíra os dentes incisivos. Ilibado.

Logo, foi Flamínio. Como?... O «Mefistófoles» ao zangar-se com Bernard e, dois dias após, com o banqueiro, quis, de um tiro, matar dois coelhos. De índole cruel, inteligente e terrìvelmente plácido, recorrendo às suas habilidades de faquir, fácil lhe foi furtar um dos famosos charutos do capitalista; depois mercê dum plano lùcidamente elaborado, assassinou rancorosamente o banqueiro, não deixando o mínimo vestígio – a não ser o “Dounia”, que, mais tarde ou mais cedo, após laboriosas pesquisas, havia de meter o Bernard numa prisão. Tudo parecia infalível.

Desgraçadamente, o «italiano» ignorava – a sua inteligência não podia adverti-lo disso… – o percalço dentário que 4 dias antes sucedera ao capitalista.

Lúcifer interviera na história…

Estas são as provas essenciais. Mas há pormenores secundários fàcilmente perceptíveis. Por exemplo Lerroux havia 2 anos que não entrava em casa de Bernard; Flamínio apenas 8 dias – por conseguinte, só este tinha possibilidade de furtar o famoso «Dounia». Lerroux era o que mais odiava o banqueiro e perdia a serenidade ao vê-lo; e o seu rancor a Bernard, datando de 2 anos, era labareda infernal!

Ora, um homem assim violento, que em tão longo espaço de tempo não buscou oportunidade para revindicta – é porque não tem bossa para assassino…

© DANIEL FALCÃO